quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A GRANDEZA DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA I. É Jesus Cristo a vítima oferecida na Santa Missa II. Na Santa Missa é Jesus Cristo o oferente principal III. A Santa Missa é uma representação e renovação do sacrifício da cruz IV. A Santa Missa é o maior presente de Deus OS QUATRO FINS DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA : I. A Santa Missa é um sacrifício latrêutico II. A Santa Missa é um sacrifício propiciatório III. A Santa Missa é um sacrifício eucarístico IV. A Santa Missa é um sacrifício impetratório

O SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA : O Concílio de Trento (Sess. 22) diz da Santa Missa: “Devemos reconhecer que nenhum outro ato pode ser praticado pelos fiéis que seja tão santo como a celebração deste imenso mistério”. O próprio Deus todo-poderoso não pode fazer que exista uma acção mais sublime e santa do que o santo sacrifício da Missa. Este sacrifício de nossos altares sobrepassa imensamente todos os sacrifícios do Antigo Testamento, pois não são mais bois e cordeiros que são sacrificados, mas é o próprio Filho de Deus que se oferece em sacrifício.



Baseado na doutrina de Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja, o autor, também ele já clássico, nos oferece uma exposição bastante clara e objetiva do que é a Santa Missa e das suas quatro finalidades: na Missa, os fiéis louvam a Deus, agradecem-lhe, pedem-lhe perdão pelos seu pecados e também as graças de que necessitam.

A GRANDEZA DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

I. É Jesus Cristo a vítima oferecida na Santa Missa
O Concílio de Trento (Sess. 22) diz da Santa Missa: “Devemos reconhecer que nenhum outro ato pode ser praticado pelos fiéis que seja tão santo como a celebração deste imenso mistério”. O próprio Deus todo-poderoso não pode fazer que exista uma acção mais sublime e santa do que o santo sacrifício da Missa. Este sacrifício de nossos altares sobrepassa imensamente todos os sacrifícios do Antigo Testamento, pois não são mais bois e cordeiros que são sacrificados, mas é o próprio Filho de Deus que se oferece em sacrifício. “O judeu tinha o animal para o sacrifício, o cristão tem Cristo”, escreve o venerável Pedro de Clugny; “seu sacrifício é, pois, tanto mais precioso, quanto mais acima de todos os sacrifícios dos judeus está Jesus Cristo”. E acrescenta que, “para os servos (isto é, para os judeus, no Antigo Testamento), não convinham outros animais senão aqueles que eram destinados ao serviço do homem; para os amigos e filhos foi Jesus Cristo reservado como cordeiro que nos livra do pecado e da morte eterna” (Ep. cont. Petrobr.). Tem, portanto, razão São Lourenço Justiniano, dizendo que não há sacrifício maior, mais portentoso e mais agradável a Deus do que o santo sacrifício da Missa (cfr. Sermo de Euch.).
S. João Crisóstomo diz que durante a Santa Missa o altar está circundado de anjos que aí se reúnem para adorar a Jesus Cristo que, nesse sacrifício sublime, é oferecido ao Pai celeste (De sac., 1, 6). Que cristão poderá duvidar, escreve S. Gregório (Dial. 4, c. 58), que os céus se abram à voz do sacerdote, durante esse Santo Sacrifício, e que coros de anjos assistam a esse sublime mistério de Jesus Cristo. S. Agostinho chega até a dizer que os anjos se colocam ao lado do sacerdote para servi-lo como ajudantes.

II. Na Santa Missa é Jesus Cristo o oferente principal
O Concílio de Trento (Sess. 22, c. 2) ensina-nos também que neste sacrifício do Corpo e Sangue de Jesus Cristo é o próprio Salvador que oferece em primeiro lugar esse sacrifício, mas que o faz pelas mãos do sacerdote que escolheu para seu ministro e representante. Já antes dissera São Cipriano: “O sacerdote exerce realmente o ofício de Jesus Cristo” (Ep. 62). Por isso o sacerdote diz, na elevação: Isto é o meu corpo; este é o cálice de meu sangue.
Belarmino (De Euch., 1. 6, c. 4) escreve que o santo sacrifício da missa é oferecido por Jesus Cristo, pela Igreja e pelo sacerdote; não, porém, do mesmo modo por todos: Jesus Cristo oferece como o sacerdote principal, ou como o oferente próprio, contudo, por intermédio de um homem, que é, no mesmo tempo sacerdote e ministro de Cristo; a Igreja não oferece como sacerdotisa, por meio de seu ministro, mas como povo, por intermédio do sacerdote; o sacerdote, finalmente, oferece como ministro de Jesus Cristo e como medianeiro ele todo o povo.
Jesus Cristo, contudo, é sempre o sacerdote principal na Santa Missa, onde ele se oferece continuamente e sob as espécies de pão e de vinho por intermédio dos sacerdotes, seus ministros, que representam a sua Pessoa quando celebram os santos mistérios. Por isso diz o quarto Concílio de Latrão (Cap. Firmatur, de sum. Trinit.) que Jesus Cristo é ao mesmo tempo o sacerdote e o sacrifício. De fato, convém à dignidade deste sacrifício que ele não seja oferecido, em primeiro lugar, por homens pecadores, mas por um sumo sacerdote que não esteja sujeito ao pecado, mas que seja santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e mais elevado que os céus (Heb 7, 26).

III. A Santa Missa é uma representação e renovação do sacrifício da cruz
Segundo São Tomás (Off. Ss. Sac., I. 4), o Salvador nos deixou o Santíssimo Sacramento para conservar viva entre nós a lembrança dos bens que nos adquiriu e do amor que nos testemunhou com sua morte. Por isso o mesmo Doutor chama a Sagrada Eucaristia “um manancial perene da paixão”.
Ao assistires, pois, à Santa Missa, alma cristã, pondera que a hóstia que o sacerdote oferece é o próprio Salvador que por ti sacrificou o seu sangue e a sua vida. Entretanto, a Santa Missa não é somente uma representação do sacrifício da cruz, mas também uma renovação do mesmo, porque em ambos é o mesmo sacerdote e a mesma vítima, a saber, o Filho de Deus Humanado. Só no modo de oferecer há uma diferença: o sacrifício da cruz foi oferecido com derramamento de sangue; o sacrifício da missa é incruento; na cruz, Jesus morreu realmente; aqui, morre só misticamente (Conc. Trid., Sess. 22, c. 2).
Imagina, durante a Santa Missa, que estás no monte Calvário, para ofereceres a Deus o sangue e a vida de seu adorável Filho, e, ao receberes a Santa Comunhão, imagina beberes seu precioso sangue das chagas do Salvador. Pondera também que em cada Missa se renova a obra da Redenção, de maneira que, se Jesus Cristo não tivesse morrido na cruz, o mundo receberia, com a celebração de uma só Missa, os mesmos benefícios que a morte do Salvador lhe trouxe. Cada Missa celebrada encerra em si todos os grandes bens que a morte na cruz nos trouxe, diz São Tomás (In Jo 6, lect. 6). Pelo sacrifício do altar nos é aplicado o sacrifício da cruz. A paixão de Jesus Cristo nos habilitou à Redenção; a Santa Missa nos faz entrar na posse dela e comunica-nos os merecimentos de Jesus Cristo.

IV. A Santa Missa é o maior presente de Deus
Na Santa Missa, o próprio Jesus Cristo dá-se a nós. É uma verdade de fé que o Verbo Encarnado se obrigou a obedecer ao sacerdote, quando este pronuncia as palavras da consagração e a vir às suas mãos sob as espécies do pão e do vinho. Fica-se estupefato por Deus ter obedecido outrora a Josué e mandado ao sol que parasse, quando ele disse: Sol, não te movas de Gabaon, e tu, ó lira, do vale de Ajalon (Jos 10, 12). Entretanto, muito mais admirável é que Deus mesmo desce ao altar ou a qualquer outro lugar a que o Padre o chama com umas poucas palavras, e isso tantas vezes quantas é chamado pelo sacerdote, mesmo que este seja seu inimigo. E, tendo vindo, se põe o Senhor à inteira disposição do sacerdote; este o leva, à vontade, de um lugar para o outro, coloca-o sobre o altar, fecha-o no tabernáculo, tira-o da igreja, toma-o na Santa Comunhão, e o dá em alimento a outros. São Boaventura diz que o Senhor, em cada Missa, faz ao mundo um benefício igual àquele que lhe fez outrora pela encarnação (cfr. De inst. Novit., p. 1, c. 11). Se Jesus Cristo não tivesse vindo ao mundo, o sacerdote, pronunciando as palavras da consagração, o introduziria nele. “Ó dignidade sublime a do sacerdote”, exclama por isso Santo Agostinho (Mol. lnstr. Sach., t. 1, c. 5), “em cujas mãos o Filho de Deus se reveste de carne, como no seio da Virgem Mãe”.
Numa palavra, a Santa Missa, conforme a predição do profeta (Zac 9, 17), é a coisa mais preciosa e bela que possui a Igreja. São Boaventura (De inst. Nov., 1. c.) diz que a Santa Missa nos põe diante dos olhos todo o amor que Deus nos dedicou e que é, de certo modo, um compêndio de todos os benefícios que ele nos fez.

OS QUATRO FINS DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA

I. A Santa Missa é um sacrifício latrêutico
No Antigo Testamento os homens procuravam honrar a Deus por toda a espécie de sacrifícios, no Novo Testamento, porém, presta-se maior honra a Deus com um só sacrifício da Missa do que com todos os sacrifícios do Antigo Testamento, que eram só figuras e sombras da Sagrada Eucaristia. Pela Santa Missa se presta a Deus a honra que lhe é devida, porque, por meio dela, Ele recebe a mesma honra infinita que Jesus Cristo lhe prestara sacrificando-se na cruz. Uma só Missa presta a Deus maior honra que todas as orações e penitências dos santos, todos os trabalhos dos apóstolos, todos os sofrimentos dos mártires, todo o amor dos serafins e mesmo da Mãe de Deus, porque todas as honras dos homens são de natureza finita, enquanto a honra que Deus recebe pela Missa é infinita, pois lhe é prestada por uma pessoa divina, o seu Filho.
Devemos por isso reconhecer, com o santo Concílio de Trento, que a Santa Missa é a mais santa e divina de todas as obras (Sess. 22). Nosso Senhor morreu especialmente para esse fim, para poder criar sacerdotes do Novo Testamento. Não era necessário que o Salvador morresse para remir o mundo; uma só gota do seu sangue, uma lágrima, uma só oração teria bastado para operar a salvação de todos, porque, sendo essa oração de valor infinito, seria suficiente para remir não só um mundo, mas também mil mundos. Para criar, porém, um sacerdote devia Jesus Cristo morrer, pois, do contrário, donde se tiraria esse sacrifício que agora oferecem a Deus os sacerdotes do Novo Testamento, esse santo e imaculado sacrifício que, por si só, basta para dar a Deus a honra que lhe é devida? Ainda que se sacrificasse a vida de todos os anjos e santos, mesmo assim, esse sacrifício não prestaria a Deus essa honra infinita, que lhe dá uma única Santa Missa.

II. A Santa Missa é um sacrifício propiciatório
Pode-se deduzir já da instituição da Sagrada Eucaristia que a Santa Missa é verdadeiramente um sacrifício propiciatório, ou seja, que inclina Deus a nos perdoar a pena e a culpa dos pecados, que foi feita especialmente para a remissão dos pecados: Este é o meu, sangue, que será derramado por muitos, para remissão dos pecados, disse Jesus Cristo (Mt 26, 28). A Santa Missa perdoa até os maiores pecados, não imediatamente, mas só mediatamente, como afirmam os teólogos, isto é, Deus, em consideração ao sacrifício do altar, concede a graça que leva o homem a detestar seus pecados e a purificar-se deles no sacramento da Penitência. Quanto às penas temporais, que devem ser expiadas depois da destruição da culpa, são elas perdoadas por virtude da Santa Missa, ao menos parcialmente, quando não de todo. Numa palavra, a Santa Missa abre os tesouros da divina misericórdia em favor dos pecadores.
Desgraçados de nós se não houvesse esse grande sacrifício, que impede à justiça divina de nos enviar os castigos que merecemos por nossos pecados. É certo que todos os sacrifícios do Antigo Testamento não podiam aplacar a ira de Deus contra os pecadores. Se se sacrificasse a vida de todos os homens e anjos, a justiça divina não seria satisfeita devidamente nem sequer por uma única falta que a criatura tivesse cometido contra seu Criador. Só Jesus Cristo podia satisfazer por nossos pecados: Ele é a propiciação pelos nossos pecados (1 Jo 2, 2). Por isso o Padre Eterno enviou o seu Filho ao mundo, para que se fizesse homem mortal e, pelo sacrifício de sua vida, o reconciliasse com os pecadores. Esse sacrifício é renovado em cada Missa. Não há dúvida: o sangue inocente do Redentor clama muito mais fortemente por misericórdia em nosso favor, que o sangue de Abel por vingança contra Caim.
Este sacrifício pode ser oferecido também pelos defuntos. Por isso o sacerdote, na Santa Missa, pede ao Senhor que se recorde de seus servos que partiram para a outra vida e que lhes conceda, pelos merecimentos de Jesus Cristo, o lugar de repouso, da luz e da paz. Se o amor de Deus que possuem as almas ao saírem desta vida não basta para purificá-las, essa falta será reparada pelo fogo do Purgatório; muito melhor, porém, a repara o amor de Jesus Cristo por meio do sacrifício eucarístico, que traz às almas grande alívio e, muitas vezes, até a libertação completa dos seus sofrimentos. O Concílio de Trento declara que as almas que sofrem no Purgatório podem ser muito auxiliadas pela intercessão dos fiéis, mas em especial pelo santo sacrifício da Missa. E acrescenta (Sess. 22, c. 2) que isso é uma tradição apostólica. Santo Agostinho exorta-nos a oferecer o sacrifício da Santa Missa por todos os defuntos, caso que não possa aproveitar às almas pelas quais pedimos.
III. A Santa Missa é um sacrifício eucarístico
É justo e razoável que agradeçamos a Deus pelos benefícios que nos fez em sua infinita bondade. Mas que digno agradecimento podemos dar-lhe nós, miseráveis? Se Deus nos tivesse dado uma única vez um sinal de sua afeição, estaríamos obrigados a um agradecimento infinito, porque esse sinal de amor seria o favor e dom de um Deus infinito. Mas eis que o Senhor nos deu esse meio de cumprir com nossa obrigação e de agradecer-lhe dignamente. E como? Tornando-nos possível oferecer-lhe na Santa Missa a Jesus Cristo. Dessa maneira dá-se a Deus o mais perfeito agradecimento e satisfação; pois, quando o sacerdote celebra a Santa Missa, dá-lhe um digno agradecimento por todas as graças, mesmo por aquelas que foram concedidas aos santos no céu; uma tal ação de graças, porém, não podem prestar a Deus todos os santos juntos, de maneira que também nesse respeito a dignidade sacerdotal sobrepuja todas as dignidades, não excetuadas as do céu.
Na Santa Missa, a vítima que é oferecida ao Eterno Pai é seu próprio Filho, em quem pôs toda a sua complacência. Por isso dirigia Davi suas vistas a este sacrifício, quando pensava num meio de agradecer a Nosso Senhor pelas graças recebidas: Que darei ao Senhor por tudo que ele me tem feito? pergunta ele, e responde: Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor (S1 115, 12). O próprio Jesus Cristo agradeceu a seu Pai celeste todos os benefícios que tinha feito aos homens, por meio deste sacrifício: E, tomando o cálice, deu graças e disse: Tomai-o e distribuí-o entre vós (Lc 22, 17).

IV. A Santa Missa é um sacrifício impetratório
Se já temos a segura promessa de alcançar tudo que pedimos a Deus em nome de Jesus Cristo (cfr. Jo 16, 23), muito maior deve ser a nossa confiança se oferecemos a Deus seu próprio Filho. Este Salvador que nos ama roga por nós sem cessar lá no céu (cfr. Rom 8, 31), mas, de modo todo especial, durante a Santa Missa, em que se sacrifica a seu Eterno Pai, pelas mãos do sacerdote, para nos alcançar suas graças. Se soubéssemos que todos os santos e a Santíssima Virgem estão rezando por nós, com que confiança não esperaríamos de Deus os maiores favores e graças. Está, porém, fora de dúvida que um só rogo de Jesus Cristo pode infinitamente mais que todas as suplicas dos santos.
No Antigo Testamento era permitido unicamente ao sumo sacerdote, e isso uma só vez no ano, entrar no santo dos santos; hoje, porém, todos os sacerdotes podem sacrificar todos os dias ao Eterno Pai o cordeiro divino, para alcançar de Deus graças para si e para todo o povo.
O sacerdote sobe ao altar para ser o intercessor de todos os pecadores. “Ele exerce o ofício de um medianeiro”, diz São Lourenço Justiniano (Sermo de Euchar.), “e por isso deve ser um intercessor para todos que pecam”. Dessa maneira“, diz São João Crisóstomo, “está o Padre no altar, no meio, entre Deus e o homem; oferece a Deus as súplicas dos homens e alcança-lhes as graças de que precisam” (Hom. 5 in Jo.). Deus distribui as suas graças sempre que é rogado em nome de Jesus Cristo, mas as distribui com mais largueza durante a Santa Missa, atendendo às suplicas do sacerdote, diz São João Crisóstomo; pois essas súplicas são então acompanhadas e secundadas pela oração de Jesus Cristo, que é o sacerdote principal, visto que é ele mesmo que se oferece neste sacrifício para nos alcançar graças de seu Eterno Pai.
Segundo o Concílio de Trento (Sess. 22, c. 2), é especialmente durante a Santa Missa que o Senhor está sentado naquele trono de graças ao qual devemos nos chegar, diz o Apóstolo, para alcançarmos misericórdia e encontrarmos graças no momento oportuno (Heb 4, 16). Até os anjos esperam o tempo da Santa Missa, diz São João Crisóstomo (Hom 13. De incomp. Dei nat.), para pedirem com mais resultado por nós, acrescentando que dificilmente se alcançará aquilo que não se consegue durante a Santa Missa.
A Santíssima Virgem, depondo uma vez o Menino Jesus nos braços de Santa Francisca Farnese, disse-lhe: “Eis aqui o meu Filho; aprende a torná-lo favorável a ti, oferecendo-o muitas vezes a Deus. Dize, por isso, a Deus, quando vires presente no altar o divino Cordeiro: Ó Pai Eterno, ofereço-vos hoje todas as virtudes, todos os atos e todos os afetos de vosso mui amado Filho. Recebei-os por mim, e por seus merecimentos, que ele mos deu e, por isso, são meus, dai-me as graças que Jesus Cristo pedir por ruim. Ofereço-vos esses merecimentos para vos agradecer por todas as misericórdias que tendes usado comigo e para satisfazer por meus pecados. Pelos merecimentos de Jesus Cristo espero alcançar de vós todas as graças, o perdão, a perseverança, o céu, mas especialmente o mais precioso de todos os dons, o vosso puro e santo amor”.

Edward Saint-Omer
Fonte: LIGÓRIO, Santo Afonso Maria. Escola da Perfeição Cristã. 
 

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Los Orígenes del Santo Sacrificio de la Misa

 
El remedio a nuestra tibieza actual deberá ser a la vez doctrinal y litúrgico.
Los Orígenes del Santo Sacrificio de la Misa
Debemos urgentemente reencontrar el sentido de Dios, la reverencia de su majestad soberana, el temor y el amor de su santo nombre, la noción verdadera del sacrificio. El remedio a nuestra tibieza actual deberá ser a la vez doctrinal y litúrgico: estudiar y enseñar oportuna e importunamente la doctrina católica, y devolver a nuestras celebraciones su carácter sagrado de sacrificio y de oblación a la divina majestad. Nada mejor para ello que escudriñar la tradición y la revelación para ver lo que fue desde el principio y lo que debe ser la santa misa, así como las desviaciones que alteraron su santidad en el transcurso de los siglos.
Si no puede haber religión sin sacrificio, ¿dónde está el sacrificio de los cristianos? Evidentemente en la misa. Al menos tal ha sido siempre la enseñanza de la Iglesia católica. Hagamos pues otra pregunta: ¿En qué se asemejan nuestras misas a un sacrificio? ¿Dónde está en ellas la manifestación clara y decidida de nuestra adoración y de nuestra suma reverencia a Dios? ¿Dónde la afirmación de nuestra perfecta sumisión a sus preceptos? Desgraciadamente hay que reconocer que la evolución de las celebraciones litúrgicas en los últimos años no ayuda a ver en ellas un sacrificio. Muchas prédicas exaltan la dignidad del hombre más que la grandeza de Dios, y hacen hincapié sobre los derechos del hombre más que sobre la ley y los preceptos divinos. El altar del sacrificio ha sido sustituido por una mesa, la comunión se recibe de pie y ya no de rodillas, y fácilmente se excusa cualquier pecado sin necesidad de contrición. Todo esto hace que nos preguntamos a veces si el culto del hombre no ha reemplazado en alguna medida entre nosotros el culto de Dios.
El Salvador ofrece su sacrificio
La tradición cristiana, el testimonio de las Sagradas Escrituras y la doctrina de los santos padres son unánimes: nuestra santa religión gira enteramente alrededor del sacrificio del Verbo de Dios consumado en la cruz, y el culto cristiano se organizó desde los comienzos como el fruto, la continuación y la aplicación de este acto sublime. Cuando San Juan Bautista vio venir a Nuestro Señor, comprendió por revelación divina que Él era el verdadero cordero de Dios, que quita los pecados del mundo (Jn. 1), y que por consiguiente ya había llegado la plenitud de los tiempos. ¿Cuándo empezó el sacrificio de la nueva ley? Puede decirse que empezó desde el primer momento de la Encarnación. San Pablo (He. 10) dice en efecto que Jesucristo al salir al mundo se ofreció a su Padre, aplicándose las palabras del Salmo 39: Los holocaustos y otros sacrificios de animales no os han sido agradables, pero habéis unido a mi naturaleza divina un cuerpo para que pueda padecer e inmolarme a vuestra santa voluntad… y yo he dicho: he aquí que vengo a cumplir vuestra santa voluntad.
Toda la vida del Salvador fue una misa y una oblación a su Padre. El anonadamiento de su encarnación, las lágrimas que derrama el Niño Dios, las privaciones que experimenta son los preludios del sacrificio. La Virgen María lo presenta en el templo, lo coloca en el altar y Jesús renueva el solemne empeño de morir por la salvación del mundo… he aquí la ofrenda y el ofertorio del sacrificio cuya inmolación ha de hacerse en el Calvario, y su participación en el Cenáculo y en la Misa. Jesús es el verdadero cordero de Dios, que por su inmolación quitará el pecado del mundo (Jn 1,29). El Hijo muy amado del Padre (Lc 3,21) del cual San Juan Bautista confiesa que no se siente digno siquiera de desatar la correa de su sandalia.
Jesucristo prepara a sus apóstoles para el nuevo culto
El paso del antiguo culto judío al rito nuevo de la misa cristiana no se hizo sin la debida preparación. Durante tres años Nuestro Señor preparó e instruyó con mucha aplicación a sus apóstoles para que comprendieran perfectamente lo que sería el nuevo culto. Dios, les dice, no ha enviado a su Hijo para juzgar al mundo sino para que el mundo sea salvado por Él. Los prodigios que Jesús hace delante de ellos manifiestan su divinidad, pero cuando sus discípulos entusiasmados quieren hacerle rey, Él les anuncia su pasión y muerte (Lc 9,44). Jesús está ansioso de que llegue la hora de ofrecer su sacrificio por amor de su Padre y para salvación de los hombres. Y cuando San Pedro con falso celo y falso amor quiere disuadirlo, recibe esta respuesta terrible: "Apártate de mí Satanás, porque me eres un escándalo… porque tus pensamientos no son los de Dios sino los de los hombres" (Mt 16,23). A pesar de tantas instrucciones, los apóstoles se escandalizarán y abandonarán a su Maestro en la noche del Jueves Santo, y solamente más tarde, fortalecidos por la virtud del Espíritu Santo, comprenderán el sentido de estas palabras: "Si el grano de trigo no muere, permanece solo, pero si muere, da mucho fruto" (Jn 12,24).
Jesús es el Buen Pastor, que da su vida por sus ovejas (Jn. 10,11), y es el pan de vida: quien no come de este pan que es su propia carne, no tendrá la vida eterna (Jn cap. 6). Era necesario que Cristo sufriera para salvarnos y entrar en la gloria (Lc 24,26). Lo profetizó sin saberlo el mismo sumo sacerdote que condenó a Nuestro Señor a la muerte: "conviene que muera uno solo por el pueblo y que no perezca toda la nación" (Jn 11,49). Ahora bien, para que nos beneficiemos de tan gran don, es necesario que se nos apliquen los méritos de Cristo, lo que se hace mediante el sacrificio de la misa.
Jesús instituye el nuevo rito y lo enseña a sus apóstoles
Nunca admiraremos bastante la sabiduría y las otras perfecciones de Dios tal como se nos manifiestan en la institución de la misa. "La Eucaristía, es la omnipotencia al servicio del amor: su primer efecto es hacernos permanecer en Jesús como en una plenitud infinita. Queda Él solo: ¡es el Maestro, el Rey!" (Santa Teresita del Niño Jesús).
A propósito de esta institución, es muy importante meditar con profundidad el texto del canon de la misa. De él se ha dicho: "El canon de la Misa contiene la historia sublime de la acción de Jesucristo al instituir la Eucaristía, y las palabras sacramentales de que se sirvió, y de que mandó servirse a los apóstoles y a sus sucesores, para consagrar el pan y el vino en su cuerpo y en su sangre" ("La Santa Misa", Ediciones Rialp, S.A., Madrid, 1965).
No podemos, hacer nada mejor que citar integralmente la sagradas palabras del canon de la misa tradicional, tan lleno de unción y de piedad.
La víspera de su Pasión, tomó Jesús el pan en sus santas y venerables manos… y levantando sus ojos al cielo, a Ti, Dios, su Padre omnipotente, dándote gracias, lo bendijo, lo partió, y se lo dio a sus discípulos, diciendo: Tomad y comed todos de él. Porque esto es mi cuerpo.
De un modo semejante, después de haber cenado, tomando también este precioso cáliz en sus santas y venerables manos, dándote asimismo gracias, lo bendijo, y dio a sus discípulos diciendo: Tomad y bebed de él todos. Porque este es el cáliz de mi sangre, del nuevo y eterno testamento, misterio de fe: que por vosotros y por muchos será derramada para la remisión de los pecados. Cuantas veces esto hiciereis, hacedlo en memoria mía.
Después de Pentecostés, el culto cristiano se organiza.
El Salvador dejó este encargo solemne a sus apóstoles en el momento en que iba a ofrecerse en sacrificio: "cuantas veces esto hicieréis, hacedlo en memoria mía". He aquí como lo explica el Concilio de Trento: "Aunque Nuestro Señor debiera ofrecerse una sola vez a su Padre, uniéndose en el altar de la cruz para obrar la redención eterna, quiso dejar a su Iglesia un sacrificio visible, tal como lo requería la naturaleza de los hombres, por el cual se aplicase de edad en edad por la remisión de los pecados la virtud de este sangriento sacrificio que debía cumplirse una vez en la cruz… en la última cena, en la misma noche en que fue entregado, declarándose sacerdote eterno, según el orden de Melquisedec, ofreció a Dios Padre su cuerpo y su sangre bajo las especies de pan y vino, los dio a sus apóstoles, a quienes hizo entonces sacerdotes del Nuevo Testamento, y por estas palabras: Haced esto en memoria mía, les mandó a ellos y a sus sucesores en el sacerdocio que ofreciesen la misma hostia".
La doctrina del sacrificio de la misa, ¿una teología "degenerada"?
Se puso de moda en los ambientes progresistas tratar con desprecio la "teología sacrificial" de la misa. Para citar un ejemplo reciente, en un sermón pronunciado en la misa crismal (10 de abril de 2001), Monseñor Rouet, obispo de Poitiers en Francia, declara la guerra a esta "teología de muerte", inventada según él por el Concilio de Trento, consecuencia del terror provocado por la gran peste negra y de una especie de "crispación anti-protestante". "De estas tradiciones a corto plazo -dice Mons. Rouet-, resultó la noción de un sacrificio mutilado, degenerado, contra el cual el Concilio (Vaticano II) se levantó, por supuesto, un sacrificio vinculado con una falta, una privación, una herida, en una palabra: con una especie de masoquismo". Tales acusaciones son graves puesto que ponen en tela de juicio la doctrina tradicional de la Iglesia. Si la Iglesia se desvió en una cuestión tan importante, ¿qué queda de la infalibilidad del Magisterio?
Pero tales acusaciones no son solamente injuriosas para la Iglesia, demuestran además un gran desconocimiento de la belleza de su doctrina y del enorme provecho que podemos sacar de ella para nuestras almas. Eso es lo que procuraremos mostrar, con la ayuda de Dios y de su Santísima Madre, en el próximo número de esta revista: ¡El tesoro escondido de la santa misa!

DEL SANTO SACRIFICIO DE LA MISA, POR SAN PEDRO JULIÁN EYMARD


DEL SANTO SACRIFICIO DE LA MISA, POR SAN PEDRO JULIÁN EYMARD

Desde STAT VERITAS

Fragmento de "Obras Eucarísticas de San Pedro Julián Eymard"

III

PARTICIPAR todos los días en la santa Misa. Ello atrae las bendiciones del cielo para el día. Oyéndola cumpliréis mejor todos vuestros deberes y os veréis más fuertes para llevar la cruz de cada día. La misa es el acto más santo de toda la religión; nada tan glorioso para Dios ni tan provechoso para vuestra alma como el oírla con piedad y con frecuencia. Esta es la devoción privilegiada de los santos.

La misa encierra todo el valor del sacrificio de la cruz, que aplica a cada uno: uno mismo es el sacrificio del calvario y el del altar, iguales la víctima y el sacerdote, Jesucristo, que también en el altar se inmola de un modo real y eficaz, aunque incruentamente. ¡Ah! Si después de la consagración os fuese dado ver en toda su realidad el misterio del altar, vierais a Jesucristo en cruz, ofreciendo al Padre sus llagas, su sangre y su muerte para salvación vuestra y la del mundo. Vierais cómo los ángeles se postran alrededor del altar asombrados y casi espantados ante lo que se ama a criaturas indiferentes o ingratas. Oyerais al Padre celestial deciros como en el Tabor contemplando a su Hijo: "Este es mi Hijo muy amado y el objeto de mis complacencias; adorad y servidle de todo vuestro corazón."

La Santa Misa es la renovación incruenta del Sacrificio de Cristo en la Cruz

Para caer en la cuenta de lo que vale la santa Misa, preciso es no perder de vista que el valor de este acto es mayor que el que juntamente encierran todas las buenas obras, virtudes y merecimientos de todos los santos que haya habido desde el principio del mundo o haya de haber hasta el fin, sin excluir los de la misma Virgen santísima. La razón está en que se trata del sacrificio del hombre-Dios, el cual muere en cuanto hombre, y en cuanto Dios eleva esta muerte a la dignidad de acción divina, comunicándole valor infinito. Infunde respeto el oír cómo el concilio de Trento expone esta verdad: "Como en el divino sacrificio que se ofrece en la misa es contenido y se inmola incruentamente el mismo Jesucristo que una sola vez se inmoló de un modo incruento en la cruz, enseña este santo Sínodo que este sacrificio es verdaderamente propiciatorio y que alcanzaremos por este medio en el momento oportuno misericordia, gracia y ayuda siempre que nos acerquemos a Dios con corazón sincero y recta fe, con temor y reverencia, contritos y penitentes. Porque, aplacado el Señor por esta oblación, nos perdona nuestros crímenes y pecados, por grandes que sean, otorgándonos la gracia y el don de la misericordia. Una sola y una misma es la víctima ofrecida, uno solo y uno mismo el que ahora se ofrece por ministerio de los sacerdotes, y entonces se ofreció a sí mismo sobre la Cruz, no habiendo más diferencia que la del modo de oblación. Mediante este sacrificio incruento recíbense muy copiosamente los frutos de aquel cruento, sin que, por consiguiente, se menoscabe en lo más mínimo el valor de aquél. Según la tradición de los apóstoles, este sacrificio es ofrecido no solamente por los pecados, penas, satisfacciones y demás necesidades de los vivos, sino también por los difuntos en Cristo, cuyos pecados no están cabalmente purgados" (1). ¡Qué lenguaje éste que emplea la Iglesia!

He aquí una de las virtudes de la Misa: no sólo se ofrece por la Iglesia peregrina en la tierra (los vivos), sino también por la Iglesia penitente en el purgatorio (los fieles difuntos). (Cuadro "Misa por las Ánimas del Purgatorio", escuela del Potosí, S. XVII)

Para glorificar sin cesar a su Padre, Jesús adoptó el estado de víctima; para que, poniendo el Padre los ojos en El, pueda bendecir y amar la tierra; para continuar su vida de Redentor, asociarnos a sus virtudes de Salvador, aplicarnos directamente los frutos de su muerte participando dentro de su ofrenda y enseñándonos a sacrificarnos junto con El; y también para ponernos a mano, como a María y a Juan, el medio de asistir a su sacrificio.

IV

Habiendo Jesús reemplazado todos los sacrificios de la antigua ley por el sacrificio de la misa, ha encerrado en éste todas las intenciones y todos los frutos de aquéllos.

La Muerte de Jesús en la Cruz remplaza y suprime los sacrificios del Antiguo Testamento

Conforme a las órdenes recibidas de Dios, los judíos ofrecían sacrificios por cuatro fines, a saber: para reconocer su supremo dominio sobre toda criatura; para agradecerle sus dones; para suplicarle siguiera concediéndoselos y para aplacar su cólera irritada por sus pecados. Todo esto lo hace Jesús, y de un modo tanto más perfecto cuanto que en lugar de toros y carneros se ofrece El mismo, hijo de Dios y Dios como su Padre.

Adora, por tanto, a su Padre; por todos los hombres, cuyo primogénito es, reconoce que de El viene toda vida y todo bien; que sólo El merece vivir, y que cuanto es, sólo por El existe; y ofrece su vida para protestar que, por venir todo de Dios, de todo puede El disponer libre y absolutamente.

Como Hostia de alabanzas, da gracias a su Padre por todas las gracias que le ha concedido a El y, por medio suyo, a los hombres todos; hácese nuestra perpetua acción de gracias.

Es víctima de propiciación, pidiendo sin cesar perdón por los pecados que continuamente se renuevan, y desea asociar al hombre a su propia reparación, uniéndoselo en la ofrenda.

Es, finalmente, nuestro abogado, que intercede por nosotros con lágrimas y gemidos desgarradores; y cuya sangre clama misericordia.

Cristo, habiendo ofrecido en los días de su vida mortal ruegos y súplicas con poderoso clamor y lágrimas a Dios Padre, se convirtió en causa de salvación eterna para todos los que le obedecen. (Paráfrasis de Hebreos V, 7- 9)

V

Asistir a la santa misa es unirse a Jesucristo; es, por tanto, para nosotros el acto más saludable.

En ella recibimos las gracias del arrepentimiento y de la justificación, así como ayuda para evitar las recaídas.
En ella encontramos el soberano medio de practicar la caridad para con los demás, aplicándoles, no ya nuestros escasos méritos, sino los infinitos de Jesucristo, las inmensas riquezas que a nuestra disposición pone. En ella defendemos eficazmente la causa de las almas del purgatorio y alcanzamos la conversión de los pecadores.

La misa es para el cielo entero un motivo de gozo y produce a los santos un aumento de gloria exterior.

"Sólo en el Cielo conoceremos el gran valor que tiene la Santa Misa", dice San Juan María Vianney, "Cura de Ars" sobre el Santo Sacrificio de la Misa

VI

El mejor medio de asistir a la santa misa es unirnos con la augusta víctima. Haced lo que ella, ofreceos como ella, con la misma intención que ella, y vuestra ofrenda será así ennoblecida y purificada, siendo digna de que Dios la mire con complacencia si va unida a la ofrenda de Jesucristo. Caminad al calvario en pos de Jesucristo, meditando las circunstancias de su pasión y muerte.

Pero, por encima de todo, uníos al sacrificio, comiendo junto con el sacerdote vuestra parte de la víctima. Así la misa logra toda su eficacia y corresponde plenamente a los designios de Jesucristo.

"El que come mi carne y bebe mi sangre tiene Vida eterna, y yo lo resucitaré en el último día." A eso nos invita Jesús: no sólo a asistir a Misa, sino también a comulgar frecuente y dignamente

¡Ah! Si las almas del purgatorio pudieran volver a este mundo, ¡qué no harían por asistir a una sola misa! Si pudierais vosotros mismos comprender su excelencia, sus ven tajas y sus frutos, ni un solo día querríais pasar sin participar en ella.


NOTA

(1) Sesión 22ª (17- IX- 1562), "Sobre el Santo Sacrificio de la Misa" cap. 2
 

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A Pobreza e a Beleza na Santa Missa




A Missa é o coração da cristandade, afinal é nesta celebração que meditamos sobre todo o amor de Deus aos homens. No altar os fiéis contemplam a mística da Verdade e conhecem os mais belos dogmas da Igreja. A sua realidade sacrificial nos obrigar a refletir e mergulhar na grandeza imensurável de Cristo.
As normas litúrgicas e o missal refletem, apenas, o entendimento acerca do sentido sobrenatural da Santa Missa. Quando nós compreendemos a profundidade da celebração eucarística, todas as regras emitidas pela Igreja são entendidas como consequência. O centro da Liturgia é o Cristo, um Deus feito homem e que pelos homens morreu para salvá-los. Como Sacrifício, a Missa traduz a entrega de Jesus, o Seu amor infinito, de um Deus humilhado. Não é motivo de perplexidade pensar que o Senhor Todo-Poderoso Se fez nascer numa manjedoura, Se diminuiu ao conviver com pecadores e excluídos e, além disso, Se entregou num perfeito holocausto?
A Santa Missa exprime essa perfeita doação de Deus. Quando os adornos e a beleza, que só servem como caminho e não como fim, se tornam centro da celebração, a Liturgia se distancia drasticamente da sua sobrenaturalidade. A sobriedade, sacralidade e solenidade da Missa traduzem, apenas, o sentido místico da celebração. Por si só a ornamentação é vazia, inócua e ineficiente, mas quando é usada como via pode ser um caminho pedagógico muito saudável, explanando os mistérios e expondo a riqueza do cristianismo.
Como a Igreja cresceu na Europa? Através da beleza das imagens, dos vitrais, das catedrais, mas acima de tudo da Santa Missa. Os povos pagãos se sentiam atraídos por uma força silenciosa que os vivificava. Quando Clóvis, Rei dos Francos, foi se batizar na Catedral de Reims, na França, perguntou a São Remígio, depois de contemplar a riqueza e beleza daquele templo, que parecia resplandecer uma fagulha do esplendor da morada celeste: “Padre, isso já é o céu?” Outro fato histórico interessante é o ocorrido quando da primeira Missa celebrada no Brasil, por Frei Henrique de Coimbra, em Porto Seguro. Os curiosos indígenas se aproximavam do altar e contemplavam aqueles estranhos homens se humilhando em frente a uma Cruz. Quando um segundo grupo de índios se aproximou do local o seu líder questionou o que era aquilo, o chefe do primeiro bando, prontamente, apontou para o céu e apontou para a terra, expondo com perfeição o caráter vertical da Missa; a ligação do homem com Deus.
Beato Antônio Chevrier, fundador do Instituto do Prado, já dizia no seu grande livro “O Verdadeiro Discípulo” que “quando se constrói uma casa, começa-se sempre pelas paredes grossas e, seguidamente, vai-se ao mais fino e aos ornamentos.” O Apóstolo dos Mendigos se referia ao ensino do catecismo, mas essa sua brilhante explanação vale também para a Liturgia. O que seria a Missa se não estivesse fundamentada sobre Cristo? O centro da celebração é Nosso Senhor, o Deus entregue em Sacrifício. São Leonardo de Porto-Maurício, um dos maiores pregadores da cristandade, afirmava que a todas as Missas celebradas na Igreja tinham a mesma validade, mas diferiam nos efeitos causados na assembléia, e por quê? Quantas vezes vamos a uma celebração e mesmo como todo o esforço não conseguimos nos ligar ao mistério do altar? Quantas vezes saímos até mesmo cansados da Liturgia? Tais efeitos são consequências de uma celebração carregada, normativa, Missas meramente burocratizadas e que se perderam entre a desobediência ao missal e o desrespeito ao espírito litúrgico católico.
Qual fiel não agiria com toda reverência e piedade sabendo que no altar se faz presente Deus com Seu corpo, sangue, alma e divindade? Qual de nós não se prostraria no chão ao contemplar o Senhor? Quem não se desmancharia em lágrimas se fosse visitado por Cristo em pessoa? Mas a Eucaristia é isso em concreto! Deus, não satisfeito em Se entregar em Sacrifício, ainda mostrou Seu imensurável amor ao ficar com o povo com toda a Sua plenitude.
Não poucas vezes a Missa vira um espetáculo, um teatro vazio. Isso ocorre por causa do distanciamento do caráter central da celebração; Cristo e Seu Mistério. O Apóstolo da Santa Missa, São Leonardo, já dizia que o meio mais adequado para assistir a Liturgia “consiste em irdes à igreja como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes diante do altar como o faríeis diante do Trono de Deus, em companhia dos santos anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.” Ou seja, devemos mergulhar na santa alegria ao contemplar o Senhor que com o Seu amor veio ao mundo para nos salvar. Isso é motivo de regozijo, entretanto, e ao mesmo tempo, devemos sempre ter em mente o sentido místico e sobrenatural da Liturgia. A celebração não é uma conexão horizontal, ou seja, homem e homem, mas uma conexão vertical, homem e Deus. Ocorre que, infelizmente, certas Missas ficam impregnadas por um certo espírito normativo. Não podemos nos acomodar com o hábito; não é porque vamos todo o Domingo – no mínimo – ao encontro de Cristo na Liturgia que perdemos a constante renovação e surpresa na adoração da Eucaristia! De forma alguma! Toda a Santa Missa, para nós, deve ser motivo de perplexidade, de alegria, de adoração, uma constante e eterna sensibilidade.
Beato Antônio Chevrier dizia que “Um Padre pobre e santo numa igreja de madeira converterá mais pecadores do que um Padre ordinário numa igreja de ouro e de mármore e ornamentada de toda a espécie de belezas exteriores.” O que ele quer nos dizer com isso? Que a beleza por si só, o adorno e a ornamentação, são vazios de sentido se não estão centrados em Cristo. Chevrier continua: “Não seja necessário condenar o culto exterior, não, pois que a Igreja o pede e nós somos compostos dum corpo e de uma alma e as coisas exteriores devem levar-nos a Deus. Mas não nos deixemos levar por esta paixão que existe nos nossos dias e não tomemos o acessório pelo principal (...) Nos ornamentos e nas outras coisas...importa que o pensamento de Deus sobressaia e não o pensamento da arte ou do gosto.” Com isso entendemos que a beleza da Missa é resultado do entendimento do mistério do altar, do Sacrifício de Jesus, Sua doação. A pobreza espiritual se une ao caminho da beleza.
Como não se chocar com o exemplo de Santa Isabel, Rainha da Hungria, que ao entrar na Igreja triunfava como majestade, adornada com a coroa, jóias, anéis e colares, mas que quando do início da celebração retirava todas as pedrarias, ouro e prata para se tornar pobre e deixar que apenas o brilho de Cristo reinasse dentro do templo. A santa vivia na corte, mas não era da corte, assim como nós vivemos no mundo, mas não somos do mundo. Era sobre isso que Pe. Antônio Vieira falava quando escreveu: “Deus comumente desposa-se no deserto, porque não acha no deserto as condições do Paço, hoje desposa-se no Paço, porque achou no Paço as condições do deserto (...) Reis que edificam desertos! Se dissera reis que edificam palácios, bem estava; mas reis que edificam desertos! Os desertos edificam-se? Antes desfazendo edifícios é que se fazem desertos. Pois que reis são estes, que trocam os termos à arquitetura? Que reis são estes que edificam desertos? São aqueles reis (diz S. Gregório Papa) em cujos paços reais de tal maneira se contemporiza com a vaidade da Terra, que se trata principalmente da verdade do Céu: e paços onde se serve a Deus como nos ermos, não são paços, mas desertos” (Sermões Vol.VII Sermão de São João Batista).
A Santa Missa nos pede, então, um aparente paradoxo; a pobreza e simplicidade e a solenidade e beleza. E por que apenas aparente paradoxo? Simplesmente porque o nosso esvaziamento é apenas momentâneo, já que na Liturgia ficamos cheios quando nos aproximamos do Senhor em todo o Seu esplendor eucarístico. Assim, quando melhor nos diminuímos melhor engrandecemos Cristo e Seu sacrifício. Uma celebração bela, adornada e bem cuidada não necessariamente é uma celebração embebida em mística e sobrenaturalidade. Infelizmente a história nos mostra as Missas-Óperas, condenadas com vigor por São Pio X, que servem como a representação máxima da degradação do rito quando norteado apenas por uma estética vazia. Por outro lado, quando compreendemos o esplendor da via pulchritudinis, ou seja, o caminho da beleza – e como o próprio nome diz é caminho e não o fim – mais perfeito é o nosso entendimento do mistério do altar, assim, o adorno, o detalhe, a ornamentação, são consequências imediatas da nossa kénosis.

http://ecclesiammeam.blogspot.pt/2010/05/pobreza-e-beleza-na-santa-missa.html

A CRISE DA BELEZA, UMA CRISE DE FÉ

A CRISE DA BELEZA, UMA CRISE DE FÉ

Por Sem. Diego Ferracini e Pedro Ravazzano


A Santa Missa é o coração da cristandade, afinal é nesta celebração que meditamos sobre todo o amor de Deus aos homens. No altar os fiéis contemplam a mística da Verdade e conhecem os mais belos dogmas da Igreja. A sua realidade sacrificial nos obrigar a refletir e mergulhar na grandeza imensurável de Cristo, um Deus que se fez homens e com os homens viveu e pelos homens morreu para salvá-los. Entretanto, infelizmente, a Santa Missa é muitas vezes corrompida e deformada. Claro que, obviamente, os pecados do Sacerdote e a diminuição do caráter sagrado da celebração não tornam inválido o Mistério. Não obstante, e isto é inegável, os efeitos de uma Missa bem celebrada e embebida na sobrenaturalidade são bem diferentes dos efeitos de uma Missa que não honra o Sacrifício ali exaltado.

O grande problema litúrgico é oriundo de uma crise de fé. A desobediência e a falta de reverência à Santa Missa se originam da descompreensão da realidade mística que se faz presente. Não tenho dúvida de que se os fiéis, assim como os Sacerdotes, entendessem que a Liturgia não é um banquete, um símbolo, uma recordação, mas sim a renovação do Sacrifício incruento de Jesus Cristo na Cruz, ninguém ousaria banalizar e profanizar a exaltação celeste celebrada. Devemos ir à Igreja como se fossemos ao Calvário, e nos comportar diante do altar como se estivéssemos contemplando o Trono de Deus. Provavelmente, muitos fiéis achariam esta definição exagerada, mas, de fato, a Missa é o Sacrifício, o “memorial da sua morte real sobre o Calvário repete-se sempre no sacrifício do altar”, como disse S.S Pio XII na Mediator Dei. Na Ecclesia de Eucharistia S.S João Paulo II diz:

A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica.(16) O que se repete é a celebração memorial, a « exposição memorial » (memorialis demonstratio),(17) de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se actualiza incessantemente no tempo. Portanto, a natureza sacrificial do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indirecta ao sacrifício do Calvário.

O desleixo de muitos fiéis só perde para o descaso dos Sacerdotes! Como é penoso perceber que muitos celebrantes sobem ao altar sem reverência e humildade. A solenidade necessária é preterida e substituída por uma falsa piedade. Sacerdotes sem casula, cânticos milenares deformados, comunhão profanada, altares pessimamente cuidados, tudo isso é sintoma de uma crise de fé. Entretanto, um dos mais representativos atestados de decadência é a aversão que certos Sacerdotes tem à beleza. Os Padres contaminados pela heresia da Teologia da Libertação e pelo modernismo em geral perderam a noção mais básica sobre a importância da dignidade dos paramentos, das imagens e da ornamentação. Claro que em si a beleza é vazia, mas como um dos atributos de Deus ela resplandece a grandeza do Mistério. A beleza se coloca com uma função pedagógica que favorece o melhor entendimento da Eucaristia.

Os teólogos da libertação fazem uma confusão em questões básicas, acreditam que a beleza e a ostentação servem apenas para exaltar o homem. Engano tão primitivo só poderia ser reflexo da perda de espiritualidade. A suntuosidade dignifica, apenas, a grandeza do Senhor. A beleza não é relativa como muitos pensam, daí que os religiosos fiéis ao espírito católico entendessem que através dela Deus poderia ser adorado de maneira mais sublime e perfeita; o homem dando ao Pai os frutos mais magnânimos de suas mãos.

Entretanto, o foco desse artigo não é a discussão sobre o sentido místico da Santa Missa. Essa breve introdução é necessária porque é justamente a falta de compreensão da realidade sobrenatural e sacrificial da celebração que impede o triunfo de um correto espírito de contrição e piedade. São Leonardo de Porto-Maurício foi um grande apóstolo da Liturgia, não porque tenha se destacado pelas suas arrebatadoras celebrações, mas porque conhecia a plenitude e a profundidade do Mistério do Altar. Os sermões que o frade proferia arrebatavam corações, convertia infiéis, santificava pecadores. Vejamos este pequeno trecho do livro As Excelências da Santa Missa:

“O Santo [São Vicente Ferrer] queria que o altar fosse ornamentado com magnificência; exigia extremo asseio nos paramentos e vasos sagrados. Confesso que a pobreza de muitas igrejas escusa-as de possuir paramentos ricos, bordados a ouro e seda; quem pode, porém, dispensar o asseio e a decência convenientes? Zelo tão ardente pelos Santos Mistérios animava o seráfico São Francisco, que, apesar de seu amor à santa pobreza, queria os altares mantidos em perfeita limpeza, e mais ainda os sagrados paramentos que diretamente servem ao Divino Sacramento. Ele mesmo punha-se muitas vezes a varrer as Igrejas.

São Carlos, em suas ordenações, mostra-se tão exigente em coisas que podem parece mesquinhas minucias, que, na verdade, é de admirar.

Para terminar, a augusta Mãe de Jesus, nosso Deus quis pessoalmente fazer-nos compreender esta necessidade, quando em uma aparição a Santa Brigida, disse: “Missa dicinon debet nisi in ornamentis mundis. “Não se deve celebrar a Santa Missa senão com paramentos convenientes, que inspirem devoção por seu asseio e decência”

Fato digno de admiração são os novos movimentos, que impulsionados por um sincero amor ao que há de belo na Santa Tradição e na Pia Liturgia pelos meios mais diferentes oferecem aos fiéis o que lhes é poupado por “preocupados pastores”. Fiéis possuem retirada a escolha, são sujeitados ao populismo reinante que arrombou as portas das Igrejas e transformou o local, o rito, em mais uma ocasião de festa ou de promoção social.

O “rito do povo”, o pão “eucaristizado”, “a assembléia celebrante”, “a palavra como pão”, mediante o uso de tais termos, como seria possível demonstrar a sacralidade presente naquele momento ou a “janela aberta sobre o Calvário” (Pe. Gianpietro- Missão Belém)?

Os movimentos, principalmente os juvenis, que estimulam a devoção para com o Santíssimo Sacramento, são estigmatizados como retrógrados ou anacrônicos e representados como fruto de uma geração saudosista de pais burgueses. Seria necessário aqui responder qual o motivo de um zelo, cuidado e até carinho para com os santos paramentos ou alfaias ser diretamente associado a uma classe social, por acaso seria fator determinante de um “amor a pobreza” o amor ao feio e ao odioso?

Gostaria aqui de lembrar os anais cistercienses, que na pessoa dos fundadores São Roberto de Molesme, Santo Estevão Harding e Santo Alberico, pedem a mais singela nudez nas igrejas (pois diferente da outras abadias que para os fundadores dificultam a contemplação com as portentosas pinturas) as capelas cistercienses devem refletir os conselhos evangélicos. Sabemos, por outro lado, que na primeira fundação um grande crucifixo dominava todo o templo em sua profunda beleza, causando admiração aos visitantes.

Os atuais “artistas” sacros entendem essa singeleza como esconder ao sagrado, o altar parece mais uma mesa jogada ao acaso em um salão de festas e a reserva eucarística na melhor das hipóteses será símbolo de alguma coisa libertadora. (uma foice-sacrário?) Os exemplos dos santos são referenciais certos de como deve ser a atitude para com o Sagrado, Madre Clélia Merloni possui uma preocupação constante com a lamparina que ardia frequentemente diante do Sacrário, a qual jamais poderia ficar apagada, nos últimos momentos de sua vida ela entenderá o significado profundo da tremula chama.

Voltando ao exemplo dos movimentos juvenis que lutam pela defesa da Liturgia (com L maiúsculo), estes são desmotivados a procurar uma intensa vida de piedade e aderir a uma causa política que é sem sombra de dúvida, muito mais emocionante.

Os modernos liturgistas fazem questão de condenar como algo nojento as antigas celebrações e procissões papais, que exaltavam um homem e causavam o sofrimento daqueles que não podiam atingir tal estado. Acusação infame que Chesterton em sua divina obra “Ortodoxia” demonstra ser no mínimo fundada em uma falta de conhecimento e acima de tudo em um problema do próprio critico esta acusação. O pensador nos lembra que aqueles suntuosos papas e bispos que apareciam em público com fausto celeste, carregavam por baixos das planetas e capas, metálicos instrumentos de penitência, ou então, quando sozinhos se entregavam a chorar os próprios pecados e os pecados do mundo e não poucas vezes dormiam sobre duras tábuas usando um burel grosseiro.

Os modernistas nos acusarão de tentar negar algo visível, não nega-se a visível suntuosidade de Santa Maria Maior, o esplendor de São Paulo Extra-Muros, as procissões respeitosas; esquecem os mundanos liturgistas que as grandes ocasiões e os faustosos momentos não aconteciam em público. Apareciam as carmelitas em público trajando cilícios e instrumentos de mortificação? Surgiriam em público papas com rostos inchados por chorar as ofensas ao Sagrado Coração? As passionistas apareciam pelas ruas rasgando os hábitos em memória da Paixão do Redentor?

Ademais, é importante frisar que a suntuosidade das celebrações romanas só são menores que o espírito de contrição, piedade e reverência ali presente. As Santas Missas papais e cardinalícias são exemplos para todos os Sacerdotes, não por conta do esplendor dos paramentos, vasos sagrados e construções, mas, principalmente, pela dignidade e respeito que se tem ao Mistério, fruto da compreensão do caráter sacrificial da celebração. Claro que a beleza também deve ser imitada, já que quando usada para resplandecer a grandeza da Eucaristia só torna mais sublime a adoração. Em tempos não muito distantes tanto as pequenas comunidades como as grandes catedrais tinham belas casulas, delicados cálices e patenas etc, simplesmente porque era ponto pacífico entre os fiéis a importância da respeitabilidade à Liturgia, reverência representada no cuidado com a beleza.

Tolos homens negam o remédio que lhes é dado, se lhes fossem tirados os faustosos cortejos que lembram a sublimidade dos Mistérios, chorariam ao ver a miséria que recobre os mais pequenos esconderijos humanos e gritariam de dor ao ver que não podem imitar os exemplos daqueles que acusam de orgulho e soberba.

A Eucaristia: Sacrifício e Sacramento doServo de Deus Bispo Fulton J. Sheen

Servo de Deus Bispo Fulton J. Sheen
Introdução da Una Voce Brasil
Muitos autores do nosso tempo se debruçaram sobre a liturgia da Igreja a fim de resgatar a sua espiritualidade e, assim, dar aos fiéis a possibilidade de participarem ativamente dos santos mistérios.
Através de memoráveis manuais e textos mistagógicos – que parecem repousar num passado distante, abandonados de todas as formas pelos experts em liturgia de hoje – esses “apóstolos da liturgia” descortinavam aquilo que nossos olhos podiam ver, mas não compreender.
Eles o faziam sem a pretensão de destruir o mistério, mas tinham em mente que a compreensão humana, embora pudesse ser melhorada, jamais poderia captar plenamente o mistério litúrgico, sobretudo a realidade mística da missa católica. Um dos pecados do nosso tempo, inclusive, é querer tornar a missa completamente compreensível, desprovida de uma realidade sobrenatural ultima e transcendente; de um lado temos os habituais liturgistas de paróquia que, através do seu minimalismo criativo, desnudam o rito da Igreja e o transformam num espetáculo humano. Do outro lado, temos aqueles que se apegam com grande facilidade e paixão aos brilhosos brocados da casula. Sem dúvida a dignidade da liturgia passa por uma preparação adequada das vestes, do estudo cuidadoso das rubricas, mas estes são acessórios da liturgia e não o fim ou o determinante da natureza litúrgica.
O texto do arcebispo Fulton Sheen, que caminha para a honra dos altares, é carregado de um simbolismo mistagógico e poético. Ao comparar, de início, a eucaristia com o alimento que ingerimos, em nada o arcebispo questiona a presença real nas espécies consagradas – como fazem os protestantes e alguns católicos liberais que afirmam ser o pão consagrado em nossos altares apenas pão.
O texto que apresentamos faz um verdadeiro caminho pedagógico a fim de iniciar o leitor numa compreensão da Eucaristia enquanto sacrifício (compreensão esquecida ou mesmo ignorada hoje em dia). É um texto que percorre, como dito, um caminho; começa com exemplos ordinários e quase indignos para nos aproximar, lenta e gradualmente, desta grande realidade do Sacrifício.
Esperamos que este texto possa enriquecer muitos grupos que buscam um material formativo de qualidade!

A Eucaristia: Sacrifício e Sacramento
O sacramento da Eucaristia tem duas faces: é tanto sacrifício e um sacramento. Na medida em que a vida biológica não é senão um reflexo, um eco tênue e uma sombra da vida divina, nós podemos encontrar analogias na ordem natural para as belezas do divino. A própria natureza não tem um duplo aspecto: um sacrifício e um sacramento? Os legumes que são servidos à mesa, a carne que se apresenta no prato, são os sacramentos naturais do corpo do homem. Através deles, ele vive. Se eles fossem dotados de fala, eles diriam: “A menos que tenha comunhão comigo, você não vai viver”.
Mas se alguém pergunta sobre a forma como a menor criação dos químicos, legumes ou carnes passaram a ser o sacramento ou a comunhão do homem, a pessoa é imediatamente introduzida à ideia de sacrifício. Será que os legumes não têm de ser puxados por suas raízes da terra, submetidos à lei da morte, e, em seguida, passar pela provação de fogo antes que eles possam se tornar o sacramento da vida física ou ter comunhão com o corpo? Não foi a carne no prato uma vez uma coisa viva, e que não foi submetida à faca, o seu sangue derramado no solo de um Getsêmani e de um Calvário natural antes ele estava apto a ser apresentado ao homem?
A natureza, portanto, sugere que um sacrifício deve preceder um sacramento, a morte é o prelúdio para uma comunhão. De algum modo, a menos que a coisa morra, ela não começa viver num reino superior. Para se ter, por exemplo, um serviço de comunhão sem um sacrifício seria, na ordem natural, como comer os nossos legumes crus, e nossa carne em estado bruto. Quando ficamos cara a cara com as realidades da vida, vemos que vivemos através do que matamos. Elevando isto à ordem sobrenatural, ainda vivemos através do que matamos. Foram os nossos pecados que mataram Cristo no Calvário e ainda, pelo poder de Deus ressuscitou dentre os mortos e reinando gloriosamente no céu, Ele agora se torna a nossa vida e tem comunhão conosco e nós com Ele. Na ordem divina, deve haver o sacrifício ou a Consagração da Missa antes que possa haver o sacramento ou a Comunhão da alma e Deus.
Relação do Batismo e da Eucaristia
O batismo é a iniciação à vida cristã, e corresponde na ordem biológica ao início da vida. Mas o nascimento para a vida divina vem somente através de uma morte, isto é, uma imersão em água, que simboliza misticamente morrer e ser sepultado com Cristo. A Eucaristia é um sacrifício, mas também incorpora-nos à morte de Cristo. O batismo, no entanto, é uma representação mais passiva daquela morte, especialmente em uma criança, onde a vontade do bebê não se apresenta, exceto através dos padrinhos. A Eucaristia é uma representação muito mais ativa da morte de Cristo, porque a Missa é uma apresentação incruenta da morte sacrificial de Cristo fora das muralhas de Jerusalém.
Os Padres da Igreja estavam constantemente impressionados com a relação entre o Batismo e a Eucaristia, o sangue e a água que fluíram do lado de Cristo na Cruz tinham um significado profundo. A água era o símbolo da nossa regeneração e, portanto, denotava Batismo; o sangue, o preço da nossa redenção, foi o sinal da Eucaristia.
Isso levanta a questão: se há uma relação com a morte de Cristo, em ambos os sacramentos, qual é a diferença entre elas? Uma das diferenças é que no Batismo e demais sacramentos, com exceção da Eucaristia, nós estamos unidos a Cristo simplesmente por uma participação de Sua graça, mas na Eucaristia, Cristo existe substancialmente e é real e verdadeiramente presente – Corpo, Sangue, alma e Divindade. Na Eucaristia, o homem percebe de forma mais completa a sua incorporação à morte e ressurreição de Cristo do que no Batismo.
Na ordem física, o nascimento sempre dá semelhança com ambos os pais, mas quando uma mãe amamenta seu filho, há um novo vínculo estabelecido entre a criança e a mãe. Assim, no Batismo, há uma semelhança com a natureza divina criada, na medida em que somos feitos “outros Cristos”, mas na Eucaristia, recebemos a própria substância do próprio Cristo. Devido à relação estreita entre os dois sacramentos, o Concílio de Mayence em 1549 orientou os padres para administrar o Batismo pela manhã, durante o curso da Missa, ou, pelo menos, logo após a Missa se possível.
Há um pouco da mesma relação existente entre o Batismo e a Eucaristia, como existe entre a fé e a caridade ou amor perfeito. O batismo é o sacramento da fé, porque é o fundamento da vida espiritual. A Eucaristia é o sacramento da caridade ou do amor porque é a reapresentação do ato perfeito de amor de Cristo, ou seja, a Sua morte na Cruz e a doação de Si mesmo a nós na Santa Comunhão.
O Antigo Testamento e a Eucaristia
Levaria páginas para revelar a prefiguração do sacramento da Eucaristia no Antigo Testamento. Melquisedeque oferecendo pão e vinho era uma figura do próprio Cristo, que escolheu o pão e o vinho na noite da Última Ceia como os elementos para tanto o sacrifício como para o sacramento. O maná que caiu no deserto era também um símbolo da Eucaristia, que Nosso Senhor disse que era Ele mesmo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu” (João 5:51). São Paulo, pegando a analogia, disse que o que os judeus comeram no deserto era uma figura do nosso alimento espiritual: “Todos comeram o alimento profético mesmo …. Somos nós que foram prenunciado nestes eventos (I Corinto . 10:3, 6).
O sangue do cordeiro pascal, aspergido nos batentes para preservar os judeus da destruição, era um sinal não ainda de uma realidade, mas de uma figura do sangue de Cristo aspergido sobre as nossas almas, o que permitiria poupar-nos do mal. Porque o cordeiro pascal era uma figura de Cristo, foi na festa da Páscoa que Nosso Senhor deu à Sua Igreja a Eucaristia que Ele tinha prometido mais de um ano antes em Cafarnaum.
A Eucaristia como sacrifício, ou a Missa
A Missa tem três partes importantes: o Ofertório, a Consagração e a Comunhão. Na ordem do amor humano, estes correspondem ao noivado, à cerimônia de casamento, e à consumação do casamento. Quando um homem torna-se noivo de uma mulher, ele geralmente traz-lhe o presente de um anel precioso, não é de lata ou de palha, porque estes representam nenhum sacrifício. Independentemente do quanto ele pôde pagar pelo anel, ele ainda arranca a etiqueta de preço, a fim de que sua amada nunca possa estabelecer uma correspondência entre o preço do presente e do seu amor. Não importa o quanto ele lhe deu, o presente para ele pareceria inadequado. O anel é redondo, a fim de expressar a eternidade do seu amor, que não tem começo nem fim; é precioso, porque é um símbolo da total disponibilidade em dar a sua personalidade para a amada.
A missa também tem um noivado que corresponde ao Ofertório da Missa, em que os fiéis trazem os dons do pão e do vinho, ou seu equivalente, que compram pão e vinho. Como o anel é um símbolo do amante oferecendo-se à amada, assim também o pão e o vinho são os símbolos de uma pessoa a oferecer-se para Cristo. Isto é evidente em vários aspectos: primeiro, o pão e o vinho tradicionalmente alimentam o homem e lhe dão vida, trazendo o que era a substância de sua vida, é equivalente a dar a si mesmo. Em segundo lugar, a disposição de sacrificar-se pela amada é revelada no pão e no vinho, não há duas substâncias que têm que se submeter mais para se tornarem o que são do que o trigo e a uva. Um passa através do Getsêmani de um moinho e o outro através do Calvário da prensa antes que possam ser apresentados a Amada no altar. No ofertório, portanto, sob a aparência de pão e vinho, os fiéis estão a oferecer-se a Cristo.
Após o noivado vem a cerimônia de casamento em que o amante se sacrifica pela amada, e a amada se entrega com devoção ao amante. O noivo praticamente diz: “A minha maior liberdade é ser seu escravo. Eu dou a minha individualidade a fim de servi-la“. A união das mãos na cerimônia de casamento é um símbolo da transferência de si mesmo ao outro si: “Eu sou seu e você é meu. Quero morrer para mim mesmo, para viver em você, minha amada. Eu não posso viver para você, a menos que eu desista de mim mesmo. Então eu digo a você: ‘este é o meu Corpo, este é meu sangue‘”.
Na Missa, os fiéis já estão presentes no altar sob a aparência de pão e vinho. No momento da Consagração da Missa, quando o sacerdote, como Cristo, pronuncia as palavras “Este é o Meu Corpo” e “Este é o Meu Sangue”, a substância do pão se transforma na substância do corpo de Cristo, e a substância do vinho torna-se a substância do sangue de Cristo. Naquele momento, os fiéis estão dizendo em um sentido secundário com o padre: “Este é o meu corpo, este é o meu sangue. Leve! Não quero mais para mim mesmo. A própria substância do meu ser, meu intelecto e minha vontade – Mude! Transubstancie! Para que o meu ego se perca em Ti, para que meu intelecto seja um com a Tua verdade, e a minha vontade seja uma com Teus desejos! Eu não me importo se as espécies ou aparências da minha vida permanecerem, isto é, meus deveres, minha profissão, meus compromissos no tempo e no espaço. Mas o que eu sou substancialmente, eu dou a Ti“.
Na ordem humana, após o noivado e o casamento vem a consumação do casamento. Todo o amor anseia por unidade. Correspondência por carta ou pela fala, não pode satisfazer esse anseio instintivo de dois corações a se perderem um no outro. Deve, portanto, vir algum momento de grande êxtase em que o amor torna-se profundo demais para palavras, esta é a comunhão do corpo e do sangue com o corpo e sangue na unidade, que não dura muito tempo, mas é uma antecipação do céu.
O ato conjugal é nada além de uma imagem frágil e sombria da comunhão em que, depois de ter se oferecido a nós mesmos sob a aparência de pão e vinho e ter morrido em nosso eu interior, que agora começa a desfrutar dessa união extática com Cristo na Santa Comunhão – uma unidade que é, na linguagem do Thompson, “uma paixão sem paixão, uma tranquilidade selvagem“. Este é o momento em que os corações famintos comungam com o Pão da Vida; este é o arrebatamento em que se cumpre “o amor apenas um pouco aquém de todo o amor” e o êxtase que deixa todas as outras dores de êxtases.
O Sacrifício da Missa pode ser apresentado sob outra analogia. Imagine uma casa que tinha duas grandes janelas em lados opostos. Uma janela fita um vale e a outra para uma montanha elevada. O proprietário pode contemplar ambos e de alguma forma ver que eles estavam relacionados: o vale é a montanha humilhada, a montanha é o vale exaltado.
O Sacrifício da Missa é algo parecido com isso. Cada igreja, de certa forma, olha para um vale, o vale da morte e da humilhação no qual vemos uma cruz. Mas também olha para uma montanha, uma montanha eterna, a montanha do céu, onde Cristo reina gloriosamente. Como o vale e a montanha estão relacionados, como humilhação e a exaltação, de modo que o Sacrifício da Missa está relacionado ao Calvário no vale e com Cristo no céu e as colinas eternas.
Todos os três, o Calvário, a Missa, e Cristo glorificado no céu são diferentes níveis do grande ato de amor eterno. O Cristo, que apareceu no céu, como o cordeiro morto desde o começo do mundo, em um determinado momento no tempo, veio a esta terra e ofereceu sua vida em redenção pelos pecados dos homens. Em seguida, subiu ao céu, onde o mesmo ato eterno de amor continua, enquanto Ele intercede pela humanidade, mostrando as cicatrizes de seu amor ao Pai celestial. É verdade, agonia e crucificação são coisas passageiras, mas a obediência e o amor que os inspiraram não são. Aos olhos do Pai, o Filho feito Homem ama sempre até a morte. O patriota, que lamenta por ter apenas uma vida para dar ao seu país, teria gostado de ter feito seu sacrifício eterno. Sendo homem, ele não poderia fazê-lo. Mas Cristo, sendo Deus e homem, podia.
A Missa, portanto, olha para trás e para frente. Porque vivemos no tempo e podemos usar somente símbolos terrestres, vemos sucessivamente que não é senão um movimento de amor eterno. Se um rolo de filme fosse dotado de consciência, ele veria e compreenderia a história do filme de uma vez; mas nós não a compreenderíamos até vê-la desdobrada sobre a tela. Assim acontece com amor com o qual Cristo preparou para a Sua vinda no Antigo Testamento, ofereceu a Si mesmo no Calvário, e agora reapresenta-o em sacrifício na Missa. A missa, portanto, não é outro sacrifício, mas uma nova apresentação da Vítima eterna e sua aplicação para nós. Assistir a Missa é o mesmo que assistir ao Calvário. Mas há diferenças.
Na Cruz, Nosso Senhor ofereceu-se por toda a humanidade; na Missa fazemos aplicação daquela morte a nós mesmos e o nosso sacrifício se une com o Seu. A desvantagem de não ter vivido na época de Cristo é anulada pela Missa. Na Cruz, Ele potencialmente redimiu toda a humanidade; na Missa nós efetivamos aquela Redenção. O Calvário aconteceu em um momento definido no tempo e sobre uma colina em particular no espaço. A Missa temporaliza e localiza aquele ato de amor eterno.
O sacrifício do Calvário foi oferecido de forma sangrenta pela separação do seu sangue de seu corpo. Na missa, esta morte é mística e sacramentalmente apresentada de modo incruento, pela consagração separada do pão e vinho. Os dois não são consagrados juntos por palavras tais como “Este é o meu corpo e meu sangue”, mas sim, seguindo as palavras de Nosso Senhor: “Isto é meu corpo” é dito sobre o pão e, depois, “Este é o Meu Sangue” é dito sobre o vinho. A consagração separada é uma espécie de espada mística dividindo corpo e sangue, que é a forma que Nosso Senhor morreu no Calvário.
Suponha que houve uma estação de rádio eterna que enviou ondas eternas da sabedoria e da iluminação. As pessoas que viveram em épocas diferentes iriam sintonizar nessa sabedoria, assimilá-la e aplicá-la para si. O ato eterno do amor de Cristo é algo a que sintonizamos, como aparecem em sucessivas eras da história através da Missa. A missa, portanto, empresta sua realidade e sua eficácia do Calvário e não tem nenhum significado fora dele. Quem assiste à Missa levanta a Cruz de Cristo do solo do Calvário e a planta no centro do seu próprio coração.
Este é o único ato perfeito de amor, sacrifício, gratidão e obediência que podemos sempre prestar a Deus, ou seja, aquilo que é oferecido pelo Seu Divino Filho encarnado. De e por nós mesmos, não podemos tocar o teto porque não somos altos o suficiente. De e por nós mesmos, não podemos tocar em Deus. Nós precisamos de um mediador, alguém que é Deus e Homem, que é Cristo. Nenhuma oração humana, nenhum ato humano de auto-negação, nenhum sacrifício humano é suficiente para perfurar o céu. É apenas o sacrifício da Cruz que pode fazê-lo, e isso é feito na Missa. Como nós oferecemos, nós nos penduramos, por assim dizer, em suas vestes, que arrastam Seus pés na Ascensão, nos agarramos a Suas mãos perfuradas na oferta de Si mesmo ao Pai Celestial. Estando escondidas nEle, nossas orações e sacrifícios têm seu valor. Na Missa estamos mais uma vez no Calvário, ombro a ombro com Maria Madalena e João, enquanto melancolicamente olhando por cima dos nossos ombros para os carrascos que ainda jogam dados para as vestes do Senhor.
O sacerdote que oferece o sacrifício apenas empresta a Cristo a sua voz e seus dedos. É Cristo que é o Sumo Sacerdote; é Cristo quem é a vítima. Em todos os sacrifícios pagãos e nos sacrifícios judaicos, a vítima estava sempre separada do sacerdote. Poderia ser uma cabra, um cordeiro ou um boi. Mas quando Cristo veio, Ele o Sacerdote se ofereceu como vítima. Na Missa, é Cristo que ainda oferece a Si mesmo e quem é a vítima a quem nos tornamos unidos. O altar, portanto, não está relacionado com a congregação como o palco está relacionado a um público no teatro. A mesa da comunhão não é o mesmo que uma ribalta, que divide o drama do espectador. Todos os membros da Igreja têm uma espécie de sacerdócio, na medida em que eles oferecem-se com o Sumo e Eterno este ato de amor eterno. Os leigos participam na vida e no poder de Cristo, pois “Tu nos fizeste uma raça real de sacerdotes para servir a Deus” (Apoc. 5:10).
A expressão, por vezes usado pelos católicos “ouvir missa” é uma indicação de quão pouco se sabe da sua participação ativa, não só com Cristo, mas também com todos os santos e membros da Igreja até o fim dos tempos. Essa ação social da Igreja é indicada em algumas orações da Missa, por exemplo, imediatamente antes da Consagração, Deus é chamado a receber a oferta que “nós, vossos servos, com o vosso povo santo“, e depois da Consagração os fiéis mais uma vez dizem: “nós oferecemos à vossa augusta Majestade, de vossos dons e dádivas.” Todos participam, mas quanto mais perto estamos do mistério, mais nos tornamos um só com Cristo.
Nenhum homem pode nunca vir a plenitude real de sua personalidade por reflexão ou contemplação, ele tem que agir para fora. É por isso que através de todas as idades o homem colocou a mão sobre o melhor do rebanho e destruiu a fim de indicar a oferta e entrega de si mesmo. Pela imposição de mãos sobre o animal, ele se identificou com ele. Então ele o consumiu, a fim de ganhar alguma identificação com aquele a quem foi oferecido. Na Missa, todos os antigos prenúncios sombrios do sacrifício supremo são cumpridos. O homem imola-se com Cristo, dizendo-lhe para tomar o seu corpo e o seu sangue. Através desta destruição do ego, há um vazio e um vazio criado, o que torna possível para a Divindade preencher o vácuo e santificar o ofertante. O homem morre ao passado, a fim de que ele possa viver no futuro. Ele escolhe estar unido com o seu Rei Divino em alguma forma de morte, para que ele possa participar da sua ressurreição e glória. Assim, morrendo ele vive; castigado ele não está morto; triste ele sempre se alegra, dando o tempo, ele encontra a eternidade. Nada é trocado por tudo. A pobreza se transforma em riqueza, e não tendo nada, ele começa a possuir todas as coisas.

http://blog.unavocebrasil.org/2012/04/o-sacramento-da-eucaristia-parte-i/

A Santa Missa na História e na Mística

A Santa Missa na História e na Mística - Paramentando-se.





PARAMENTANDO-SE

1.O amicto.
2.A alva.
3.O cíngulo.
4.O manípulo;
5.A estola.
6.A casula.
7.A dalmática.

O sacerdote é no altar o substituto e representante de Jesus Cristo. Para apresentar-se dignamente diante de Deus Pai, e da Corte Celeste, deve trazer na alma o ornamento das virtudes daquele que representa.
O sacerdote deverá apresentar-se diante do Pai celeste como um outro Jacó diante de Isaac, vestido das vestes de Esaú, o primogênito. Exultará Deus por aquela fragrância que se desprenderá do coração de seu Filho primogênito e unigênito, oculta debaixo das vestes desde sacerdote. Manda a Igreja, qual outra Rebeca, vestir o sacerdote de vestes não suas, como para atrair sobre si, por esta piedosa fraude, a complacência divina, e tornar o sacrifício incruento da santa Missa aceito a Deus Pai.
Quão pequeno e ao mesmo tempo quão grande é o sacerdote; nada em si, tudo em Jesus! Nisto pensando, vai se paramentando; e a cada paramento que enverga novas ideias lhe ocorrem. Ouçamo-lo!

1.O amicto.

A primeira peça, que o sacerdote veste, é o amicto. Beija-o; lança-o sobre aos ombros, descansa-o por um momento na cabeça; fixa-o em volta do pescoço; deixa-lhe as extremidades caírem pelas espáduas, e segura-as em seguida com duas longas fitas, em volta dos rins, enquanto diz: “Ponde-me na cabeça, Senhor, o elmo da salvação para que repila os assaltos do demônio”.

* * *

O amicto é de origem muito antiga, comum aos clérigos e leigos. Estes, porém, o abandonaram, e Roma o adotou. Era então o amicto desdobrado não pr baixo, mas por cima da alva, como peça litúrgica, e prescreve seu uso a partir do século XI. Ainda o prescreve o rito ambrosiano.
Cinge-se com o amicto o pescoço, para significar segundo Amalário, a moderação que se deve ter no uso da voz, visto que esta se localiza na garganta: “Collum undique cingimos, quia vox in collo est”. Esta é de fato a idéia que expressa ainda hoje o bispo, quando, na ordenação do subdiácono, diz, impondo-lhe o amicto: “Recebe o amicto, símbolo da moderação na voz”.
Se perguntarmos por que descansa o amicto por um momento na cabeça, respondemos que foi uso já antes do século XI cobrir primeiro a cabeça, da qual se tirava só depois de se tem envergado todos os mais paramentos, que o amicto deveria cobrir. Posto que fosse isto de direito exclusivo dos papas a partir do século XII até XVI, estava em uso também entre os simples sacerdotes de alguns lugares, que se cobriam cm ele a cabeça durante certa parte da Missa. Deste uso originou-se o sentido místico dado ao amicto. Chamaram-no de – “galea salutis” – elmo da salvação.
Belo sentido místico tem ele! Bem necessário é ao sacerdote este elmo da salvação. Agarre-se ele a este símbolo da verdadeira esperança cristã!
Elmo de aço, capacete inamolgável, quanto és necessário ao ministro e batalhador da causa de Deus! É justamente contra o sacerdote que o demônio arma e assesta de preferência sua formidável bateria para arrancar-lhe da alma a paz, e do coração a coragem. Protege-o, ó – “galea salutis”.

2.A alva.

Vestido o amicto, enverga a alva, veste talar qual fora prescrita por Deus aos sacerdotes descendentes de Aarão. É geralmente tecida de linho. Comforma-se assim melhor com as vestes que São João viu em sua visão e descreve: “E foi-lhe dado vestir-se de finíssimo linho, resplandecente e branco” (Apoc 19, 8). A alva representa, no seu lavor como na sua brancura, a justiça e a inocência conquistadas mediante as tribulações padecidas em união com Cristo: “E este linho fino são as virtudes dos Santos” (Apoc 19, 8). “Esses lavaram seus vestidos e os embranqueceram no sangue do Cordeiro” (Apoc 7, 14).
Os ministros da Igreja primitiva andavam sempre vestidos com essa alva, também fora das funções litúrgicas. Os neófitos e os néo-batizados vestiam-se na oitava da pascoela e a depunham no sábado seguinte, que por isso chamava “in albis”, donde vem o nome da veste: “alva”.

* * *

Veste veneranda, o sacerdote te compreende! É com júbilo que reza, vestindo-te: “Lavai-me, Senhor, e purificai-me o coração, para que, lavado no sangue do Cordeiro, mereça o gozo das eternas alegrias”.
É o emblema da inocência; símbolo do homem vencedor das paixões desregradas, digno, em sua inocência, que se apresente ante a pureza infinita!
Diz o Senhor: “Quem for vencedor, será vestido de alvas vestes; não serei eu quem lhe apagará o nome do Livro da vida; confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos”.

* * *

3. O cíngulo.

Pega depois o cíngulo, corda de certo comprimento que serve para estreitar a alva em volta dos flancos assim que a sua amplitude não impeça no desempenho das suas funções religiosas.
O cíngulo é de origem muito antiga, e com ele cingiam, então, todos os que gozavam ou queriam gozar do bom nome e da boa reputação, pois simbolizava o recato, a continência, a probidade; é por isso prescrito já no primeiro “Ordo Romanus’, como peça que deve fazer parte das vestes eclesiásticas.
E cingindo-se os rins com este cíngulo, reza: “Cingi-me, Senhor, com o cíngulo da pureza, e extingui em mim as chamas da volúpia, para que reine em mim a virtude da continência e da castidade”.
Cíngulo, cinge os rins dos sacerdotes, para que tenham sempre presente a necessidade da mortificação, que lhes assegura e garante a inocência da vida! Sem se mortificar não são e não podem ser Ministros do Crucificado, porque quem quer ser de Cristo crucifica a carne com seus vícios e concupiscências.

3.O manípulo.

Enfia, ao depois, no braço esquerdo o manípulo. Sua origem, além de remotíssima, é interessante. Usavam-no os Cônsules Romanos por ocasião da inauguração dos jogos no circo. Depois que o cristianismo entrou em Roma, e criou nela raízes, as estátuas e monumentos cristãos, que simbolizavam o Salvador e a Santíssima Virgem, eram distinguidas das mais pelo manípulo. Logo vê-se nele um sinal de respeito todo peculiar prestado a Jesus e a Maria.
As personagens distintas, em ocasiões de darem ou receberem presentes, levavam o manípulo ricamente trabalhado. As estátuas ou imagens destas personagens são representadas com o manípulo sobre o braço esquerdo. No primeiro “Ordo Romanus”, é prescrito como insígnia de autoridade: tem-no o subdiácono desdobrado sobre o braço direito na ocasião de dirigir a “Schola Cantorum”.
De Moléon (1718) aventou a ideia de que i manípulo teria servido de lenço para enxugar o suor: daí o nome “sudarium”. Dele se serviam os rapazes que, na abadia de Cluni, cantavam no coro; como também durante o mesmo ofício, dele usavam os rapazes de São João de Lyon. Estes seguravam-no entre os dedos da mão esquerda.
Isto parece sugerir a ideia de que a finalidade do manípulo fora sempre qual é hoje a dos lenços. Mas, por serem estes casos esporádicos, parece ser mais aceitável a ideias dos manípulos, em sua origem, eram verdadeiros distintivos de nobreza e autoridade, sendo que consta, com toda a certeza, que eram levados pelos clérigos “in sacris”, e só durante a Missa, desde o século X.
Entretanto, assim uma como outra ideia pode ser interpretada pela oração que a Igreja põe na boca do sacerdote ao introduzir-lhe no braço o manípulo: “Possa eu tornar-me digno, Senhor, de carregar o manípulo das lágrimas e da dor, para que receba na glória o prêmio dde minhas fadigas”.

* * *

Manípulo, em ti vêem os sacerdotes um símbolo do zelo que os deve assinalar. Relembras-lhe, sempre que se encaminham ao altar, a resolução tomada no dia de sua ordenação, a de se entregarem e imolarem em prol das almas! Relembra-lhes a autoridade e o poder, que lhes foram conferidos, i. é, de renovar o sacrifício do Calvário. Este reclama deles, todas as manhãs, a abnegação do zelo sacerdotal.
5. A Estola.
Depois do manípulo vem a vez da de pendurar ao pescoço, peito abaixo, e cruzar sobre o mesmo a estola. Interessante a sua origem! As pessoas de posição e abastadas usavam originariamente um rico tecido de linho pendente do pescoço para com ele enxugar o rosto. Deste pano, chamado orarium (do latim, os= boca, rosto), usavam mais tarde os que falavam em público; por isso tornou-se ele, aos poucos, nas igrejas, o ornamento dos bispos, dos padres e dos diáconos; daí quererem alguns derivar a origem do “orarium”, de “orator” = pregador; daí o costume de subirem ainda hoje, os pregadores ao púlpito com a estola.
É certo que primitivamente caía a estola direito por trás e pela frente. Passou-se depois a cruzá-la sobre o peito e até a firmá-la cruzada debaixo do braço direito.
A Igreja conserva ainda hoje três modos de levar a estola. O bispo observa primeiro, o sacerdote o segundo e o diácono o terceiro.

* * *

Pelo que representas e simbolizas, ó estola, te vestem os sacerdotes com amor, enquanto formulam a súplica: “Restituí-me, Senhor, a estola da imortalidade, que perdi com a prevaricação do primeiro pai; e, posto que indigno de me aproximar do vosso santo ministério, mereça gozar das eternas delícias”. És o símbolo da imortalidade! Recordas a glória e a sublimidade dos Mistérios sagrados e divinos que transportam os sacerdotes à glória da majestade de Deus, que os levam ao Sacerdote Eterno, Jesus Cristo!
Mantém-nos, estola, durante o tempo da celebração, nestas alturas, sem o que, não poderemos participar condignamente do sacrifício eterno, do único e imortal Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedec!

6. A Casula.
Vem a vez de envergar a casula (casa pequena, chamada pelos gregos de “planeta”) peça não fixa, mas móvel. A casula primitiva assemelhava-se bastante a uma pequena casa, em que parecia estar encerrado o sacerdote. A sua forma redonda permitia o giro fácil em redor do pescoço.
É a antiga “paenula” derivado de “pannus”, vestimenta de uso universal, vestida em toda parte e por todos.
Pelo fim do século IV tornou-se mais o hábito próprio e cotidiano dos senadores; e aos poucos passou a ser veste exclusiva dos sacerdotes ou ministros do culto divino.
Santo Ambrósio é representado em um mosaico do século V vestido da “paenula”, mosaico que se encontra na capela de São Sátiro em Milão.
Para ter livres as mãos, o sacerdote recolhia a casula dos braços aos ombros; na elevação o diácono soerguia-a por detrás, para que o celebrante fosse mais desimpedido em seus movimentos, ato este, ainda hoje em uso, posto que de nenhuma finalidade prática.
Desde o século XV foi-se-lhe cortando parte do que cobria os braços, assim que veio tomando imperceptivelmente a forma atual, que muito pouco se assemelha àquela primitiva. Só a “gótica” relembra mais de perto o que fora a casula primitiva.
Os diáconos e subdiáconos, hoje como então, só podem envergar a casula em determinadas missas, por exemplo, nas do advento e a quaresma.
Como outrora, os diáconos e subdiáconos, quando em serviços mais direto entre o povo, assim hoje o padre que quer, tira a casula quando prega, para que, segundo o dito antigo: “succintus et expeditus sine multa veste”, possa fazer seus movimentos.
Seja dito de passagem que também os acólitos vestiam antigamente a casula. Com estes conhecimentos, os sacerdotes compreendiam melhor a significação da prece que a Igreja aconselha rezar, enquanto envergam a casula: “Senhor, Vós que dissestes: - O meu jugo é suave e o meu fardo leve, - fazei com que eu possa carregar a fim de obter a vossa graça!”

* * *

Casula, os sacerdotes te invocam como o símbolo de caridade, emblema de amor de Deus e do próximo! Imolando eles a Vítima divina, esforçar-se-ão no futuro, mais do que no passado, por tornarem-se santos, a fim de tornar santos os outros.
A santidade é o fruto da caridade; mas a caridade é cumprimento dos preceitos divinos; e estes são o jugo e o fardo que se propõem carregar, quando envergam a casula!
Paramentam-se agora o diácono, o subdiácono e os acólitos.
O diácono e o subdiácono são ministros, servos, ajudantes que servem o sacerdote no altar.
O diaconato e o subdiaconato são as duas Ordens chamadas Maiores para se distinguirem das Menores, que são os ostiariato, leitorato, exorcistato e acolitato.
O diaconato foi considerado desde o princípio como ordem maior, não assim o subdiaconato, que recebeu foros de ordem maior só no século XIII, debaixo do imortal Inocêncio III. São, porém, ambas, ordens muito antigas; delas falam os Padres e lhes exalçam a dignidade, sem todavia especificá-las pelo seu valor intrínseco.
O ofício próprio do diácono é cantar o santo Evangelho e servir o sacerdote no altar. Antigamente, quando os sacerdotes eram pouco numerosos, incumbiam-se os diáconos de outras funções mais importantes, hoje reservados ao sacerdote: eles batizavam, distribuíam a santa comunhão, o que se lhes concede ainda hoje em certos casos raros.
O subdiácono canta a Epístola e serve diretamente ao diácono, indiretamente ao sacerdote, no que se refere ao santo Sacrifício. São estes dois ministros do Sacerdote, em virtude do seu ofício, revestidos de dignidade extraordinária. É a eles que se permite chegar mais perto do Santo dos Santos; são os que representam no altar os fiéis e respondem em nome deles.

* * *

Como disse, paramentam-se: o diácono leva manípulo, mas só durante a santa Missa e no ofício da sexta-feira santa e sábado santo; põe estola, que, ao invés do sacerdote, cruza, não sobre o peito, mas sob o braço direito. Em vez de casula enverga dalmática. Dos mesmos paramentos, menos a estola, se veste o subdiácono.

7. A dalmática.
A dalmática é, com poucas variantes, a tunicela dos antigos romanos, veste comprida, de mangas, antes estreitas que largas, que se sobrepunha à alva; mas não logrou generalizar-se na liturgia.
A dalmática, originária da Dalmácia (donde lhe vem o nome) entrou em uso litúrgico já no século II do cristianismo. Era mais comprida que a tunicela e muito ampla. As mangas mais largas, porém fechadas, como as da tunicela. Mais tarde se abriram as mangas da dalmática e da tunicela. Eram mangas curtas; pois não ultrapassavam os cotovelos.
Vestia-se então a dalmática por sobre a tunicela, como hoje ainda o faz o bispo ao celebrar pontificalmente. Até os imperadores envergavam este hábito. Como paramento sagrado, a dalmática foi primeiramente reservada aos Bispos. São Silvestre, no século IV, a concedeu também aos diáconos; e não tardou que se tornasse paramento exclusivo deles. Chama-se na liturgia a veste da justiça – “dalmática justitiae”.

8.A sobrepeliz.

Estes rapazes, vestidos de batina e sobrepeliz, são os ajudantes da Missa ou acólitos. A dignidade e a honra destes se colhem do ofício que exercem.
Os acólitos são anjos, se o sacerdote é Cristo. Devem servir ao celebrante, como os anjos servem a Deus.
Os acólitos são indispensáveis na celebração da santa Missa. O sacerdote que celebre sem ajudante, fora do caso de séria necessidade, peca gravemente.

9.A capa de asperges.
O acólito deverá ser clérigo. Em sua origem o acolitante era o diácono. Só por falta de diáconos é que passou a qualquer clérigo este ofício e na falta deste a qualquer leigo.
Está claro que só uma pessoa do sexo masculino é permitido ajudar o celebrante no altar.
Uma senhora, em caso de urgente necessidade, poderá, quando muito, responder a celebrante as orações, mas atrás da mesa da comunhão; não lhe sendo nunca permitido servir ao celebrante no altar. É prescrito um acólito nas missas simples, dois nas solenes.
Homens de pouca fé são os que se negam a ajudar à santa Missa.

10.O barrete.
O barrete estava em uso já no século XII; sua forma atual é do século XVI.

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