terça-feira, 27 de novembro de 2012

A ESSÊNCIA DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA Por pe. Martinho de Cochem.

A ESSÊNCIA DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA
Por pe. Martinho de Cochem.
Na língua sagrada de nossa mãe, a Santa Igreja católica, no latim, a Santa Missa é designada pelo nome de "sacrificium", sacrifício.
"Um sacrifício é um dom visível, oferecido, exclusivamente, a Deus, por um ministro sagrado, para reconhecer a soberania do Altíssimo sobre todas as coisas".
O sacrifício, portanto, é um culto devido, exclusiva e unicamente, a Deus. A nenhuma criatura, por mais elevada que seja, compete jamais um sacrifício.
Diz Santo Agostinho: "Quem pensaria jamais, que se pudesse oferecer sacrifício, senão ao Deus único e verdadeiro?"
Somente à idolatria insana dos Imperadores romanos ficou reservada a presunção sacrílega de exigir, dos súditos desditosos, sacrifícios de diversas formas.
Indagando a origem do sacrifício, que encontramos entre os povos, sem exceção devemos confessar, com S. Tomás de Aquino, que é uma lei natural oferecer sacrifícios a Deus, e, por este motivo, é que o homem se sente levado a sacrificar, sem insinuação ou conselho de alguém.
Com efeito, Caim e Abel, Noé e Abraão, como outros patriarcas, profetas e reis do antigo testamento ofereceram a Deus sacrifícios espontaneamente.
Porém não só os que conservaram a fé no Deus verdadeiro, mas também os povos que apostataram desta fé, os pobres pagãos, ofereceram sacrifícios a seus ídolos. Pois, o sacrifício, como a religião, da qual é a mais elevada manifestação, é, realmente, uma necessidade da natureza humana, e, por isso, encontramo-lo entre todos os povos de todos os tempos.
Por conveniência imperiosa, Jesus Cristo cuidou de deixar na sua religião, divinamente perfeita, uma forma de sacrifício, como jamais houve entre povo algum; e essa forma de sacrifício é a Santa Missa.
A respeito, ensina o Santo Concílio de Trento:
"Segundo o testemunho de S. Paulo Apóstolo, o sacerdócio levítico do antigo testamento não atingiu a perfeição. Assim, desde a origem do mundo, o Deus da Misericórdia determinara que surgisse um sacerdote podendo aperfeiçoar e completar o sacrifício. Esse sacerdote era Jesus Cristo, Nosso Senhor que, depois de se ter oferecido a seu Pai sobre o altar da cruz, não queria deixar extinto o seu sacrifício, e, na véspera de sua morte, deu a sua esposa mística estremecida, a Santa Igreja, um sacrifício visível, segundo as exigências da natureza humana."
Este sacrifício devia perpetuar o Sacrifício cruento que Jesus Cristo ia oferecer sobre a Cruz; devia perpetuar-lhe a memória até o fim dos tempos e, por sua virtude salutar, nossos pecados quotidianos deviam ser perdoados. Deste modo, Jesus Cristo declarou-se sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, oferecendo a seu eterno Pai seu Corpo e seu Sangue, sob as aparências de pão e vinho, que deu a seus apóstolos também sob as mesmas espécies, instituindo-os sacerdotes do novo Testamento. E, dizendo as palavras: "Fazei isto em memória de mim", ordenou-lhes e aos seus sucessores no sacerdócio, que os oferecessem em sacrifício.
A Santa Igreja nos ensina que, na última Ceia, Jesus Cristo não só mudou o pão e o vinho em seu Corpo e em seu Sangue, mas também ofereceu-os a Deus, seu Pai, e instituiu e ofereceu pessoalmente o Sacrifício do novo Testamento, a fim de que se reconhecesse, nele, este sacerdote de que canta o salmista: "O Senhor jurou e não se arrependerá de seu juramento. És sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec" (Sl. 109, 4).
Muito contrário ao costume de sua época, Melquisedec não imolava animais como faziam Abraão e outros patriarcas, mas, por inspiração do Espírito Santo, levantava o pão e o vinho para o céu e oferecia-os por meio de cerimônias e orações especiais. Assim tornou-se a figura de Jesus Cristo, e seu Sacrifício é o símbolo da nova Lei.
Como tudo que se relaciona com a pessoa do salvador foi objeto de admiráveis profecias, desde os dias do paraíso até os últimos tempos do antigo testamento, também o sacrifício que havia de coroar e perpetuar a obra redentora na cruz, foi predito séculos antes.
Escreve o profeta Malaquias:
"Minha afeição não está mais em vós, diz o Senhor dos exércitos, e nunca mais receberei ofertas de vossas mãos, porque, desde o oriente até o ocidente, meu nome é grande entre as nações e, em toda parte, se sacrifica e oferece uma oblação pura".
Esta profecia não se realizou no antigo testamento, como se vê no próprio texto, pois o próprio Deus declara rejeitar os antigos sacrifícios.
Tão pouco a profecia se refere ao sacrifício da cruz, porque esse sacrifício foi oferecido somente uma vez e em um lugar.
É de um sacrifício novo e puro em que Deus tem as complacências, que o profeta fala. Esse sacrifício, infinitamente puro, não pode ser outro senão o sacrifício da Missa. Desde o momento de sua instituição no cenáculo, crêem e confessam isto os apóstolos, os evangelistas, todos os primeiros cristãos, e assim ainda crê e confessa a Igreja católica universalmente, tanto quanto as igrejas cismáticas orientais.
De acordo com o evangelista S. Lucas, a Santa Igreja ensina:
"Na véspera de sua morte, Jesus Cristo tomou o pão e, rendendo graças a Deus, partiu-o e deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu Corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de mim". Da mesma forma, tomou o cálice depois da ceia, dizendo: "Este cálice é o novo Testamento em meu Sangue, que será derramado por vós." (Lc. 22, 19-29).
Ponderemos bem o que diz e faz o Senhor:
Muda o pão em seu Corpo, e o vinho em seu Sangue; e por esta separação mística de seu Corpo e de seu Sangue, constituiu-se em holocausto. As palavras que acompanham a transubstanciação, indicam o sacrifício. "Isto é o meu Corpo, que será entregue por vós, isto é o meu Sangue, que será derramado por vós". Ainda que se quisesse aplicar estas duas palavras "entregar" e "derramar" ao Sacrifício da Cruz, Jesus Cristo afirma, claramente, que estas duas ações se realizam na Ceia, e assim afirma também que houve aí sacrifício.
Se os adversários pretendem desvalorizar este ensino de nossa Santa Igreja, dando outras explicações torcidas e infundadas, como é que explicarão as palavras claras de S. Paulo Apóstolo, quando escreve aos Hebreus:
"Temos um altar, e uma vítima da qual os que prestam serviços ao Tabernáculo, (isto é, os judeus) não têm o direito de comer" (Hb. 13, 10). Ora, não poderia existir altar sem oblação, e a palavra "comer" indica, claramente, que não se trata do sacrifício da Cruz, mas de um sacrifício (comestível) nutriente, tal qual Jesus Cristo o instituiu na Ceia.
Lemos também, na vida do apóstolo S. Mateus, que foi morto no altar, quando celebrava os santos mistérios. Na vida de Santo André, refere-se que ele disse ao juiz Egéias: "Ofereço em sacrifício, diariamente, a Deus todo-poderoso, não a carne de touros, nem o sangue dos animais, mas o Cordeiro Imaculado".
É atribuída ainda a S. Tiago e a S. Marcos uma liturgia da Santa Missa. Enfim, atribui-se também a S. Pedro o "Cânon", isto é, a parte da Santa Missa que vai do "Sanctus" até a Comunhão.
Tantos testemunhos provam que o Santo Sacrifício do novo Testamento esteve, desde o começo, em uso na Igreja.
O fato de não se encontrar a palavra "Missa" nas sagradas letras, não pode servir de argumento contra a doutrina da Igreja. A palavra "Trindade" também não se encontra; e, não obstante, os adversários aceitam-na. Mas, em 142, encontramos a palavra Missa tal qual a empregamos. O Papa Pio I faz uso da palavra de maneira que evidencia que o termo era geralmente, adotado e conhecido. Daí em diante, a palavra Missa não desaparece mais dos escritos dos santos Padres e mais escritores da Igreja católica.
A Igreja grega emprega nomes de significação idêntica. Falam, por exemplo, da mesa ou do altar do Senhor, ceia, oferta. Em vista disso, que valem os ataques dos hereges?
Os ataques violentos promovidos, em diversas épocas, contra a Santa Missa, testemunham-lhes à santidade e importância como também o ódio com que o demônio a persegue.
No curso dos dez primeiros séculos, quando numerosos hereges afligiam a Santa Igreja, nenhum deles ousou atacá-la. Era preciso, para isto, um alto grau de perversidade, uma audácia verdadeiramente infernal.
Isto só aconteceu no décimo primeiro século pelo herege Berengar de Cours. Porém, mal havia disseminado as blasfêmias, o orbe católico recuou de espanto e clamou-lhe indignado: "Tornai-vos uma pedra de escândalo para os fiéis, separai-vos de nossa Mãe, a Santa Igreja, pois perturbais a unidade dos cristãos". Berengar, depois de anatematizado por mais de cindo Concílios, por um milagre da misericórdia divina, abjurou os erros, fez penitência, e morreu em 1088, confessando a doutrina verdadeira.
Infelizmente, a heresia sobreviveu-lhe, sendo pregada, alguns anos depois, pelos albigenses, seita perversa que declarava, entre outros erros, o matrimônio como ilícito, e permitia a impureza. Em particular, atacava a Missa privada, vulgarmente chamada Missa-rezada. Aos que assistiam a essas Missas, perseguiam com penas horrorosas e, mais ainda, aos Padres que tinham a coragem de celebrar os santos mistérios.
Após os albigenses, os inimigos mais encarniçados da Santa Missa foram os reformadores do século décimo sexto. O próprio Lutero confessa, no livro "contra a missa", cap. XIX, ter sido impelido por Satanás a abolir a Santa Missa como um ato de idolatria, e que fez sabendo, perfeitamente, que o demônio odiava todo o bem e que seus ensinos eram mentirosos.
Se as trevas infernais não tivessem invadido, inteiramente, toda a inteligência de Lutero, não teria antes raciocinado assim: se Satanás considera a Santa Missa como um ato de idolatria, para que procura abolí-la, em vez de louvá-la e propagá-la, a fim de insultar mais cruelmente o Altíssimo?
Ora, Satanás privou o Santo Sacrifício da Missa a todas as seitas luteranas, causando-lhes tão profundo ódio contra este santo mistério, que vomitaram a espantosa blasfêmia: "A Missa é uma abominável idolatria... aí renuncia-se o sacrifício cruento de Cristo!" Assim se exprime o catecismo dos calvinistas de Heidelberg.
Pobres insensatos! Neste caso, como podem admitir que uma alma se tenha salvo desde Jesus Cristo? Todos os apóstolos, todos os sacerdotes têm celebrado o Santo Sacrifício da Missa, os mártires, os confessores assistiram-no com terna devoção. Acusarão todo este exército de Cristo de idolatria, e, por conseguinte, digno do inferno? O simples bom senso a isso se opõe.
Ah, mais suave é ouvir S. Fulgêncio dizer: "Creio, sem dúvida alguma, que o Filho único de Deus, feito homem por nós, ofereceu-se em sacrifício a Deus Altíssimo, a quem a Igreja católica oferece, sem cessar, na fé e na caridade, o Sacrifício do pão e do vinho".
Tomemos cuidado para não nos acontecer o que aconteceu aos hereges, a quem Satanás tirou a Santa Missa. Não podendo privar-nos inteiramente dela, esforça-se, pelo menos, para cegar-nos sobre o valor infinito do Santo Sacrifício a fim de que, apreciando-o pouco, deixemos de assisti-lo, ou não tiremos os abundantes frutos de graças que poderíamos colher.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

HOJE É A FESTA DE S. LEONARDO DE PORTO-MAURÍCIO QUE ESCREVEU : " AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA"

HOJE É A FESTA DE S. LEONARDO DE PORTO-MAURÍCIO QUE ESCREVEU : " AS EXCELÊNCIAS DA SANTA MISSA"
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EXCELÊNCIA, NECESSIDADE
E VANTAGENS
DO SANTO SACRIFÍCO DA MISSA
Grande paciência é necessária para suportar a
indiferença, que a maioria dos batizados na Igreja Católica têm
pela Santa Missa: eles rescendem ateísmo e são o veneno da
piedade. Pensam eles: “Uma missa a mais, uma missa a
menos, que importa... Já é bastante ouvir a missa nos dias de
festa. A missa de tal padre é uma missa de semana santa:
quando ele surge no altar eu fujo da igreja”.
Esses que assim falam deixam perceber claramente que
pouca ou nenhuma estima têm pelo santíssimo Sacrifício da
Missa.
Sabeis que, na realidade, a Santa Missa? É o sol da
cristandade, a alma da Fé, o centro da religião Católica
apostólica com a sede em Roma, a que tendem todos os seus
ritos, todas as suas cerimônias, todos os seus sacramentos. É
uma palavra, A ESSÊNCIA DE TUDO O QUE HÁ DE BOM E
BELO NA IGREJA DE DEUS.
Por isso caros leitores meditem bem tudo que vou dizervos
nesta instrução.
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EXCELÊNCIA DO SANTO
SACRIFÍCIO DA MISSA
É uma verdade incontestável que todas as religiões, que
existiram desde o começo do Mundo, tiveram sempre algum
sacrifício como parte essencial do culto devido a DEUS.
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Mas porque essas religiões eram vãs ou imperfeitas, seus
sacrifícios, também, eram vãos ou imperfeitos.
Totalmente vãos eram os sacrifícios do paganismo, e nem
acode ao espírito falar sobre eles.
Quanto ao dos hebreus, eram imperfeitos.
Se bem que professassem, então, a religião verdadeira,
seus sacrifícios eram podres e defeituosos, infirma et egena
elementa, como qualifica São Paulo.
Não podiam, assim, apagar os pecados nem conferir
graça.
Só o Sacrifício que temos em nossa santa religião, que é a
Santa Missa, é um sacrifício santo, perfeito, e, em todo sentido,
completo: por ele, cada fiel honra dignamente a DEUS,
reconhecendo, ao mesmo tempo, o próprio nada e o supremo
domínio de DEUS. Davi o chama: Sacrifício de Justiça,
sacrificium justitiae; tanto porque contém o Justo dos justos e o
Santo dos santos, ou, melhor a própria Justiça e Santidade,
como porque santifica as almas pela infusão das graças e
abundância dos dons que lhes confere.
PRIMEIRA EXCELÊNCIA
O SACRIFÍCIO DA SANTA MISSA É O MESMO
QUE O SACRIFÍCIO DA CRUZ
A
Santa Missa é um sacrifício tão santo, o mais augusto e
excelente de todos, e a fim de formardes uma idéia adequada
de tão grande tesouro, algumas de suas excelências divinas;
pois dize-las todas não é empreendimento a que baste a
fraqueza da minha inteligência.
A principal excelência do santo Sacrifício da Missa
consiste em que se deve considerá-lo como essencialmente o
mesmo oferecido no Calvário sobre a Cruz, com esta única
diferença: que o sacrifício da Cruz foi sangrento e só se
realizou uma vez e que nessa única oblação JESUS CRISTO
satisfez plenamente por todos os pecados do Mundo; enquanto
que o sacrifício do altar é um sacrifício incruento, que se pode
renovar uma infinidade de vezes, e que foi instituído pra nos
aplicar especialmente esta expiação universal que JESUS por
nós cumpriu no Calvário,
Assim o SACRIFÍCIO CRUENTO foi o MEIO de nossa
REDENÇÃO, e O SACRIFÍCIO INCRUENTO nos proporciona
as GRAÇAS da nossa REDENÇÃO.
Um abre-nos os tesouros dos méritos de CRISTO Nosso
Senhor, o outro no-los dá para os utilizarmos.
Notai, portanto que na Missa não se faz apenas uma
representação, uma simples memória da Paixão e Morte do
nosso Salvador; mas num sentido realíssimo, o mesmo que se
realizou outrora no Calvário aqui se realiza novamente: tanto
que se pode dizer, a rigor, que em cada Santa Missa nosso
Redentor morre por nós misticamente, sem morre na realidade,
estando ao mesmo tempo vivo e como imolado: Vidi agunum
stantem tanquan accisum. (Apoc 5, 6)
No santo dia de Natal, a Igreja nos lembra o nascimento
do Salvador, mas não é verdade que Ele nasça, ainda, nesse
dia.
Nos dias da Ascensão e Pentecostes, comemoramos a
subida do Senhor JESUS ao Céu e a vinda do ESPÍRITO
SANTO, sem que, de modo algum nesses dias o Senhor suba
ainda ao Céu, ou o ESPÍRITO SANTO desça visivelmente à
Terra.
-6- -7-
A mesma coisa, porém, não se pode dizer do mistério da Santa
Missa, pois aí não é uma simples representação que se faz,
mas, sim, o mesmo sacrifício oferecido sobre a Cruz, com
efusão de sangue, e que se renova de modo incruento: é o
mesmo corpo, o mesmo sangue, o mesmo JESUS, que se
imola hoje na Santa Missa. Opus trae Redemptionis exercetur,
diz a Santa Igreja.
A obra de nossa Redenção aí se exerce: sim, exercetur, aí
se exerce atualmente. Este santo sacrifício realiza, opera o que
foi feito sobre a Cruz. Que obra sublime! Ora, dizei-me
sinceramente se, quando ides à Igreja para assistir a Santa
Missa, pensásseis bem que ides ao Calvário assistir à morte do
Redentor, que diria alguém que vos visse ai chegar numa
atitude tão pouco modesta? Se Maria Madalena fosse ao
Calvário e se prostrasse aos pés da Cruz vestida, perfumada e
ataviada como em seus tempos de desordem, quanto não seria
censurada! E que se dirá de vós que ides à Santa Missa como
se fôsseis a uma festa mundana?
Que aconteceria, sobretudo se profanásseis este ato tão
santo, com gestos, risadas, cochichos, encontros sacrílegos?
Digo que, em qualquer tempo e lugar, a iniqüidade não
tem cabimento; mas os pecados que se cometem na hora da
Santa Missa e na proximidade do altar, são pecados que


A NECESSIDADE DO SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA – SÃO LEONARDO DE PORTO-MAURÍCIO

NECESSIDADE DO SANTO SACRIFÍCIO
"S. Leonardo de Porto-Maurício"
(As Excelências da Santa Missa, 1737)
Se não houvesse o Sol, que seria da Terra? Oh! Tudo seria trevas, horror, esterilidade e desolação.
E se o Mundo não tivesse a Santa Missa, que seria de nós? Infelizes! Ficaríamos privados de todos os bens, sobrecarregados de todos os males. Estaríamos expostos a todos os raios da cólera de DEUS.
Alguns há que se admiram, e acham que, de certo modo, DEUS mudou a sua maneira de governar. Antigamente Ele se nomeava de DEUS dos exércitos, e falava ao povo do meio das nuvens, manejando o trovão; e de fato, era com todo o rigor da justiça que castigava os pecados. Por um único adultério, mandou passar a fio da espada vinte e cinco mil homens da tribo de Benjamim (Juiz 20, 46).
Por um leve pecado de orgulho de Davi em computar o povo, enviou Ele uma peste tão terrível que, em poucas horas pereceram setenta mil pessoas (II Sam. 24, 15).
Por um só olhar curioso e desrespeitoso dos betsamitas, fez que cinqüenta mil deles perecessem (I Sam. 6, 19).
E agora suporta, com paciência, não só vaidades e irreverências, mas adultérios, os mais vergonhosos escândalos gravíssimos, e tantas blasfêmias horríveis que muitos cristãos vomitam contras Seu Nome Santíssimo.
Por que assim acontece? Por que tão grande mudança de conduta? Serão as ingratidões dos homens mais escusáveis hoje do que outrora? Bem ao contrário, são muito mais culpáveis, já que os imensos benefícios de DEUS se multiplicam cada dia.
A verdadeira razão desta clemência espantosa é a Santa Missa, pela qual esta grande Vítima, que se chama JESUS, se oferece ao Eterno PAI. Eis aí o sol da Santa Igreja que dissipa as nuvens e torna sereno o céu.
Eis aí o arco-íris que detém os raios da Divina Justiça. Creio para mim que, não fosse a Santa Missa, o Mundo estaria já no abismo, incapaz de suportar o imenso fardo de suas iniqüidades.
A Santa Missa é o poderoso sustentáculo que lhe permite subsistir.
Concluí, de tudo isto, quanto este divino Sacrifício é necessário; assim então, sabei aproveitá-lo o máximo que for possível.
Para isto, quando participamos da Santa Missa, devemos imitar Afonso de Albuquerque. Achando-se, com sua frota, em perigo de naufragar numa horrível tempestade, teve uma inspiração: tomou nos braços uma criança que viajava em sua nau, e, elevando-a ao alto, exclamou: "Se todos somos pecadores, esta criaturinha é certamente sem mácula. Ah! Senhor, por amor deste inocente, compadecei-vos dos culpados!" Acreditareis? A vista dessa criança inocente agradou tanto a DEUS, que Ele acalmou o mar e devolveu a alegria àqueles infelizes, gelados já pelo terror da morte certa.
Ora, qual pensais seja a atitude do Eterno PAI, quando o sacerdote, levantando a Santa Hóstia, lhe apresenta o Divino FILHO? Ah! Seu amor não pode resistir à vista do inocente JESUS; Ele se sente forçado a acalmar nossas tormentas, e acudir a todas as nossas necessidades. Sem esta santa vítima, portanto, sem JESUS sacrificando por nós, primeiro sobre a Cruz, e todos os dias sobre nossos altares, estaríamos perdidos, e poderia cada um dizer a seu companheiro: "Até à vista no Inferno! Sim, sim, no Inferno, no Inferno! Até à vista no Inferno"
Mas, com este tesouro da Santa Missa a nosso alcance, nossa esperança renasce; e, se não opusermos obstáculos, teremos assegurado o Paraíso.
Deveríamos, portanto, beijar nossos altares, perfumá-los de incenso, e sobretudo honrá-los com nosso máximo respeito, pois que deles nos vêm tantos bens.
Juntai as mãos e agradecei a DEUS PAI que nos deu o mandamento tão doce de oferecer-Lhe muitas vezes a Vítima celeste. Agradecei-Lhe, sobretudo, pelo imenso proveito que dela recebeis, se sois fiel não somente em oferecê-la, mas de fazê-lo para os fins a que nos foi concedido este dom tão precioso.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MODO DI UDIRE LA SANTA MESSA di S. Alfonso M. De' Liguori


MODO DI UDIRE LA SANTA MESSA
(di S. Alfonso M. De' Liguori)




Nella Messa si fa quella stessa azione che si fece sul Calvario; se non che allora si sparse il Sangue di Gesù Cristo realmente, sull'altare invece misticamente; ma nella stessa Messa ci si applicano in particolare i meriti della Passione di Gesù.
Per sentire, dunque, con gran frutto la santa Messa, bisogna attendere ai fini, per cui ella fu istituita, cioè:

I. Per onorare Dio.
II. Per ringraziarlo dei benefizi.
III. Per soddisfare i nostri peccati.
IV. Per ottenere le grazie.
Offerta della santa MessaEterno Padre, in questo sacrificio io vi offerisco il vostro Figlio Gesù con tutti i meriti della sua passione: -1. In onore della vostra maestà; 2. In ringraziamento dei benefici a me fatti e che spero di ricevere per tutta l'eternità; 3. In soddisfazione delle colpe mie e di tutti i vivi e defunti; 4. Per ottenere la salute eterna e tutte le grazie necessarie per salvarmi.
MODO DI UDIRE LA SANTA MESSA

Al principio della Messa quando inchinasi il Sacerdote a piè dell'altare
Ecco, anima mia, il tuo Gesù néll'orto dei Getsemani, ove dà Egli principio alla sua amara passione. Vedilo; Ei si ritira in luogo solitario, e prostrato con la faccia in terra, prega il suo divin Padre, acciò l'assista in quel penoso conflitto. Al vedersi in quest'ora schierati ad uno ad uno i tormenti della vicina sua morte s'attrista, sviene e suda sangue. Oh! Il gran male ch'io ho fatto peccando contro di voi, o mio Signore e mio Dio! Conosco le mie colpe e le ho innanzi agli occhi per inorridirmi, piangere e soddisfarvi. Le confesso avanti a voi ed a tutta la corte del Cielo. Siatemi pietoso, onnipotente Iddio, e perdonatemi, assolvetemi e salvatemi. Il sangue del vostro divin Figliuolo così addolorato parli per me.
Quando il Sacerdote ascende l'AltareAri;ma mia, il tuo Gesù è tradito, miralo preso in mezzo dai soldati e legato barbaramente. Ei soffre e tace. Guarda come va condotto a Gerusalemme e là menato fra mille vituperi e pene. Osserva a qual prezzo ha soddisfatto per la tua superbia, per le tue colpe; a qual prezzo ti ha meritata la grazia, onde renderti santa. Ne hai tu approfittato?
Dall'Epistola al VangeloGesù entra in Gerusalemme. Vedilo, anima mia, non però applaudito e riconosciuto per Re; ma guardato per un malfattore, è ricevuto con risa e villanie Quanto è mai variabile il sentimento degli uomini! Dall'allegrezza passano al furore, dalle lodi alle contumelie, dagli ossequi agli obbrobri. E tu, anima mia, confiderai negli uomini? Impara a non stimare i loro giudizi... ma fissa di nuovo lo sguardo, ed osserva il tuo Gesù che è trascinato con funi e condotto per quegli infami tribunali dov'Ei viene accusato e deriso, pesto e abbandonato. Che belle lezioni di silenzio e di perdono, di pazienza e di mortificazione Egli mai ti dà. Le intendi, anima mia? E quando le imparerai tu, anima delicata e vile? E quando con volontarie pene, o almeno con virtuosa sofferenza degli incomodi della vita castigherai, siccome devi, l'insolente e peccatrice tua carne? Sempre peccati e non mai penitenza? Sempre offese a Dio, e non mai soddisfazione?... Eterno Padre, eccomi pronto a soffrire tutti i castighi, ad incontrare ogni dolore alla vista delle mie colpe, e occupato sempre nel pensiero del mio peccato. «Non mi abbandonate, mio Dio, non vi allontanate da me» (Sal. 37).
Dall'«Offertorio» sino al «Sanctus»Ecco il mio Gesù legato alla colonna, dove viene flagellato barbaramente, e coronato di spine. Chi può vederlo, e non piangere di tenerezza? O Angeli dei Cielo, venite e vedete il Re della gloria come Egli sta strettamente legato, tutto coperto di piaghe e col capo trafitto! Se non vi è permesso di liberarlo da tante pene, almeno venite meco a piangere di compassione... Eterno Padre, accogliete quest'Ostia immacolata in ringraziamento delle vostre infinite misericordie onde mi avete ricolmato, ed in espiazione di tante colpe che io ho commesso contro di voi. Signore, abbiate pietà di me, provvedete alle mie necessità, e specialmente concedetemi la grazia finale. Sono indegno, è vero, di pregarvi dopo che io stesso con tanti cattivi consensi il venerando capo del mio Gesù ho coronato di spine: ma io vi presento, o divin Padre, i suoi meriti; e le aperte sue piaghe gridano per me: chiedono pietà, chiedono perdono.
Dal«Sanctus» sino all' «Elevazione»Su via, anima mia, muoviti a pietà del tuo Signore; non vedi con che dolce affetto abbraccia Gesù la croce da tanto tempo desiderata? Quanto pesante gliela rendesti tu coi tuoi peccati! Ammira il suo affetto, e ringrazialo. Impara ancor tu ad abbracciar la croce con tale affetto. Non ti atterrisca il peso, non. i giudizi degli uomini, non la confusione: se soffri con Gesù, con lui ancor regnerai... Segui, anima mia, il tuo Gesù condotto al Calvario.
Oh! spettacolo orrendo! oh! doloroso viaggio! il mio Gesù condotto alla morte come un agnello al macello! O Dio, è Egli in uno stato il più lagrimevole! Miralo tutto lacero di ferite; con quel,fascio di spine sulla testa, con quel pesante legno sulle spalle! Vedilo come va col corpo curvo con le ginocchia tremanti grondando sangue, e cammina con tanta pena, che par che ad ogni passo spiri l'anima. Anima mia, e tu non lo soccorri? Va, stendi la mano, sollevalo dalle sue pene, conforta quel cuore afflitto. Oh! Gesù mio, o mio. affannato Signore, ora conosco sempre più il gran male che ho fatto peccando. Detesto sì le mie colpe, e le piango amaramente. Ah, che non vi avessi mai disgustato! Quanti disprezzi, quanti oltraggi, quanti dolori, o Gesù mio, voi soffrite per me! Mi vergogno di aver per il passato amati così gli onori ed i piaceri, e che per essi sono arrivato tante volte a rinunziare alla vostra grazia ed al vostro amore: me ne pento assai e risolvo d'imitarvi, o mio buon Gesù.
* * *Quando si alza l'ostia: Dio mio, per amore di questo Figlio, perdonatemi e datemi la santa perseveranza.
Quando si alza il calice: Per il sangue di Gesù, datemi l'amor vostro e una santa morte.
Dall'«Elevazione»sino al «Pater noster»Ecco sollevato in alto il Redentore dei mondo. Anima mia, mira il tuo Signore. Eccolo in croce pende da quel patibolo infame e se ne sta in mezzo ai più acerbi tormenti. Considera qui le sue pene. Ora Ei s'appoggia sulle mani, ora sui piedi, ma dove si appoggia cresce lo spasimo. Va egli girando l'addolorato capo ora da una parte, ora dall'altra; se l'abbandona sul petto, le mani col peso vengono più a squarciarsi; se l'abbassa sulle spalle, le spalle vengono trafitte dalle spine; se l'appoggia sulla croce, le spine entrano più addentro alla testa. Ah, Gesù mio, che morte amara è questa che voi fate per me!... Quanto è mai liberale il mio Dio verso di me! Quanto sono io avaro verso di Lui, che per tanto sangue non spargo neppure una lagrima! Mio Gesù Crocifisso, io vi adoro su questo trono d'ignominie e di pene; ed umiliato e intenerito mi accosto a baciare i vostri santissimi piedi trafitti per amor mio; mi abbraccio a questa croce, in cui fatto voi vittima d'amore, voleste sacrificarvi alla divina Giustizia: Factus obediens usque ad mortem, mortem autem crucis. Oh! felice obbedienza che ottenne a noi il perdono dei peccati! E che ne sarebbe di me, o mio Signore, se voi non aveste data la vita per me? Vi ringrazio, amor mio, e pei meriti di questa sublime obbedienza vi prego a concedermi la grazia di obbedire in tutto a coloro che stanno in luogo di voi, e perdonare di cuore a coloro che mi hanno offeso. Desidero di non più disgustarvi, ma di amarvi con tutto il cuore e di amarvi per sempre.
Dal«Pater noster» sino al «Domine non sum dignus»Ecco Gesù alla fine seri muore. Miralo, anima mia, come già agonizzante sta tra gli ultimi respiri di sua vita: mira quegli occhi moribondi, la faccia impallidita, il cuore che con languido moto va palpitando, il corpo che già si abbandona alla morte, e quell'anima bella che già sta vicina a lasciare il lacero corpo. Già si oscura il cielo, trema la terra, si aprono i sepolcri. Ohimè! che orrendi segni son questi: sono segni che già muore il Fattore dei mondo. Accostati su, anima mia, a pie' del santo legno, su cui è morto... Accostati e pensa ch'Egli è morto per amor tuo. Chiedi quanto vuoi al tuo morto Signore e tutto spera. Miralo pur, su quella croce, dove tutta la sua figura spira amore ed invita ad amarlo; il capo inchinato per darti il bacio di pace; le braccia stese per abbracciarti; il cuore aperto ad amarti. O Salvatore del mondo, o amabilissimo Gesù mio, io tutto mi abbandono nelle vostre mani e mi offro a voi. Ricevetemi, Gesù mio, nel vostro cuore amoroso, ed abbiate pietà di me che sono così freddo in amarvi. Voi medicate le piaghe dell'anima mia. Voi accendetemi coi vostro amore; affinchè tutti i momenti che mi restano di vita io viva per amarvi e crescere nel vostro santo amore.
Dal«Domine non sum dignus» sino alla «Comunione»Oh, mio Gesù, mio Dio, unico e sommo Bene dell'anima mia, potessi anch'io avere la bella sorte di tante anime, che piene di purità e di fede si accostano a voi divotamente e si pascono ogni dì alla vostra mensa di Paradiso... Che vantaggio e che consolazione per me, se a questo momento potessi anche io col fervore dei Santi, o mio Signore, unirmi a voi, possedervi in questo Sacramento di amore ed essere da Voi posseduto per sempre... Deh! pei vostri meriti infiniti liberate me dalle colpe di cui mi pento sinceramente,'e fatemi degno di voi. Così non sono degno, no, non sono degno, o Signore, che voi entriate nel mio cuore, ma dite una parola almeno, Gesù dolcissimo, e sarà sanata l'anima mia. In voi confido, per voi sospiro. Voi amo con tutto me stesso, Gesù, salvezza, speranza, amore, cibo mio soavissimo.

Quando il sacerdote si comunica, si faccia la Comunione spirituale, dicendo: Gesù mio, v'amo e vi desidero. Io v'abbraccio, né voglio più separarmi da voi.
Dopo la «Comunione»Colle vostre purissime Carni santificatemi... Col sangue vostro preziosissimo fortificatemi ... Coi meriti della vostra passione salvatemi.
O Gesù, ospite dolcissimo dell'anima mia... che vi renderò mai per tanto bene che ora mi avete fatto? Vi amerò, vi amerò, Signore, fortezza mia, ed osserverò i vostri comandamenti. Vi amerò, Gesù, delizia, virtù, beatitudine mia. Vi adoro con gli Angeli e coi Serafini più ardenti, e vi benedico e vi ringrazio e mi offro e mi sacrifico a voi pienamente e con me tutti i miei vizi, principalmente quello che più mi domina... consumateli nella vostra carità. Partecipatemi i vostri meriti, le vostre virtù, principalmente quella che più mi abbisogna; toglietemi il piacere dei mondo e delle terrene cose. Ravvivatemi nella fede e nella speranza dei beni eterni. Accendetemi sempre più nella vostra carità. Deh! che il mio cuore sia immacolato nell'adempimento de'vostri precetti e de' miei doveri, sicchè nè oggi nè mai più cada nell'ignominia dei peccato, unito costantemente alla vostra volontà santissima, al vostro gusto, a voi, Gesù dolcissimo. Sia così. In voi voglio vivere e morire. Ah! fossi pur adesso nella partecipazione dei vostri più dolci misteri, nel bacio della vostra più ardente carità, nella vostra, che imploro, santissima benedizione!
Dopo la «Benedizione»Eterno divin Padre, gradite questo santo Sacrificio in attestato della mia servitù e sommissione alla vostra adorabile Maestà, in ringraziamento delle vostre infinite misericordie, in soddisfazione de' miei peccati. Giovi un tanto Sacrificio ancora a tutti i Fedeli ed alle povere Anime dei Purgatorio. O Signore, aumentate in me le vostre grazie ai bisogni miei opportune, e non mi abbandonate. Protesto alla presenza del Cielo e della terra che sono pronto a dare la vita, piuttosto che offendervi, voi però siate meco, e così cammini sicuro per quella via che a voi mi conduce. Mio Dio, aiutatemi.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

SAN VICENTE FERRER: DE LA VIDA DE CRISTO REPRESENTADA EN LA MISA SOLEMNE

 
Vida y escritos de San Vicente Ferrer


 
DE LA VIDA DE CRISTO REPRESENTADA EN LA MISA

SOLEMNE



Tema:
Haced lo que Él os diga (Jn. 2,5).

Haced lo que Él os diga

(Jn. 2,5). Tomamos estas palabras del original del

Evangelio de San Juan capítulo segundo versículo cinco, y oficialmente las tomamos

del Evangelio que concurre este domingo.

Hoy tengo que predicar para vosotros de una materia muy devota e infrecuente,

a saber, de la vida santa de Nuestro Señor y Salvador Jesús Cristo, que toda ella se

representa en la Misa solemne. Y me parece que será una materia muy aceptable y

agradable a Dios y para vosotros muy meritoria y aprovechable. De modo particular

para nosotros los presbíteros, quienes administramos este santo sacramento de la Misa.

Pero para que este nuestro sermón sirva en primer lugar de alabanza, gloria y

honor a Dios y en segundo lugar pueda aprovechar a todos, generalmente a los clérigos,

así como también a los laicos, saludaremos a la Virgen María diciendo:
Ave María.

Haced lo que Él os diga

: Evangelio de San Juan capítulo y versículo como ya he

citado antes.

Entre todas las obras útiles y necesarias que podemos hacer para nuestra

salvación, la mayor y principal es la obediencia a los mandatos de Dios. Y si cualquier

hombre no la acepta porque piensa que de otro modo podría entrar al Paraíso, no

conseguirá dicha gloria, ni por poder o por potestad secular, ni porque goce de jerarquía

o dignidad eclesiástica, ni por ciencia mundana, ni por la belleza corporal, sino por

obediencia general. Y por tanto, cualquiera que organice y gobierne su vida según la

ordenación y precepto de Nuestro Señor Jesús Cristo contra el sentido del cuerpo,

contra la inclinación de la carne y contra las tentaciones de los demonios, se mantendrá

firme en estos preceptos de Dios. Y esto que digo se constata por la razón y por la

experiencia diaria de la persona que desea alcanzar el bien final, que por ella misma no

puede alcanzar. Será necesario que esté acorde y conforme con Aquel que sí pueda

ayudarle a conseguir ese bien final y por tanto se rija según su voluntad. Y esto

repercute en bien no sólo del alma, sino también de todo el cuerpo y en bien de toda la

vida.

Primero en el alma. Es cierto que si tú quieres tener ciencia, que es un gran bien

y una perfección del alma, por tu solo ingenio no puedes alcanzarla, es necesario que

tengas un maestro, que te sometas a su régimen y a su voluntad. Por eso el Filósofo

dice: ‘Todo discípulo necesita creer”. Pues si el maestro le dice al discípulo que digas
A,

y sin embargo el discípulo se empecina en contradecir al maestro, diciendo yo

demostraré que esto es
B. Esto es muy malo para el discípulo, y de muy mala gracia ese

tal discípulo, si dice y actúa de tal modo.

Semejantes cosas hay que decir referente al cuerpo. Si alguien estando enfermo

y desconoce cómo curarse, es necesario que se atenga a la ordenación y al consejo del

médico para curarse. Por eso San Agustín dice: “Si alguien quiere curarse que guarde lo

que el médico le manda tomar “. Porque si el médico te dice no comas carne y tú comes

carne de ternera, así nunca conseguirás la curación y la salud.

De manera semejante pondremos tener un ejemplo para la vida. Mirad la historia

del libro del Génesis en el capítulo 41. Allí se lee que en tierras de Egipto sobrevino una

gran hambre, porque durante siete años no llovió ni una gota de agua y hubo una gran

sequía en toda la tierra que se consumió. Y José, el hijo de Jacob, que por espíritu de

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profecía sabía sobre esta adversidad, fue nombrado administrador del Faraón para todo

su reino. Y durante los siete años de prosperidad que precedieron a la sequía hizo una

gran provisión. Y cuando el pueblo de Egipto vino ante el rey Faraón diciendo: “Señor

nosotros y nuestros hijos estamos muriendo de hambre, ¿qué hacemos?”; porque todos

estos debían liberarse del hambre por las manos o por la ayuda de otro. He aquí como

les respondió el rey:
Id a José: haced lo que él os diga (Gn. 41, 55). Es como si dijera:

“Si os queréis liberar del hambre, no os debéis regir según vuestra voluntad, sino más

bien os regiréis según la voluntad de José”. Por tanto, nunca conseguiremos la gloria del

Paraíso por nosotros mismos. ¿Existe alguien tan liviano o ligero que pueda por sí

mismo subir al Cielo? Ciertamente no. Porque para subir al Cielo, es necesario que

suba por la mano de Nuestro Señor y Salvador Jesús Cristo. Pues es natural que por

nosotros no podamos. Tú no te has hecho ni creaste tu alma. Por eso dice el Salmo (Sal.

99, 3):
¡Aclamad… Sabed que Yahveh es Dios -es decir Jesús Cristo- Él nos hizo y

nosotros no nos hemos creado!

, etc. Gran misterio es este contra los judíos. Pues Él

mismo
nos hizo y por Él mismo tenemos esta naturaleza. De modo semejante, el ser de

la gracia no lo tenemos si no es por el poder de Nuestro Señor Jesús Cristo. Porque se

dice en Efesios (Ef. 2, 8):
Pues habéis sido salvados por la gracia mediante la fe, y esto

no viene de vosotros, sino que es don de Dios, tampoco viene de las obras

. Tanto si es

naturaleza, o si es gracia, no podemos tenerlas mínimamente sino es por Dios. Por eso

dice otro Salmo (Sal. 83, 12):
¡Qué amables son tus moradas!… Porque Yahveh Dios es

almena y escudo, él da gracia y gloria

. Es necesario por tanto que después de tener la

gracia de Dios, tengamos la gloria, porque obedecemos sus mandamientos, y porque nos

gobernamos de acuerdo a su voluntad.

Así mismo, dice San Lucas (cf. Lc. 10, 25-28). Se trata de una hermosa historia.

Cierto día cuando Jesús Cristo predicaba de las muchas excelencias de la gloria del

Paraíso o de cómo ser perfectos. Va y un doctor se acercó [en el manuscrito: va se

enamorar hun doctor] a Jesús preguntándole:
Maestro, ¿qué he de hacer para tener en

herencia la vida eterna?

. Al cual Jesús le responde. ¿Qué está escrito en la Ley?

¿Cómo lees? […] Bien has respondido. Haz eso y vivirás

. La Virgen María, Madre de

la gracia, sabiendo que el que desea la salvación es necesario que se rija y gobierne

según la voluntad de su hijo, por eso nos da un gran consejo, que siempre nos rijamos y

gobernemos por la voluntad de su hijo y nos declara el tema:
Haced lo que Él os diga

(Jn. 2,5). He aquí el tema declarado. Y así entro en materia.

Así pues, entre todas las cosas que Jesús nos mandó a los cristianos para

conseguir y alcanzar la gloria, tenemos ésta: que representáramos su santa y bendita

vida en la Misa. Porque cuando el día de Jueves santo de la Cena instituyó este santo

sacramento de la Misa, mandó:
Haced esto en recuerdo mío (Lc. 22, 19 y 1 Cor. 11,

23). No dijo sólo en recuerdo y conmemoración de la Pasión, sino
en recuerdo mío; es

decir, de toda la vida de Cristo, que se ha de representar desde el día del Nacimiento

hasta el día de la Ascensión. Podréis decir algunos: “Este mandamiento ha sido dado

solamente a los clérigos”. Pues yo os digo a vosotros que este mandato se dirige a los

clérigos y a los laicos. A los clérigos para que conmemoren la vida de Cristo

celebrando; a los laicos para que conmemoren oyendo y escuchando. Por eso mismo

dice el tema:
Haced lo que Él os diga (Jn. 2,5). Esto es, a saber, conmemorar la vida de

Cristo, celebrando los clérigos y los laicos oyendo y escuchando devotamente.

Ahora mismo entro en materia. Tened presente esto que os indico: que desde el

día que Jesús Cristo, Salvador nuestro, descendió del Cielo por la Encarnación hasta el

día que subió al Cielo, toda su vida esta representada en la Misa solemne por treinta

obras principalmente, aunque sabemos que hay más obras que desconocemos. Por eso

dice el evangelista san Juan en el último capítulo:
Hay además otras muchas cosas que

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hizo Jesús. Si se escribieran una por una, pienso que ni todo el mundo bastaría para

contener los libros que se escribieran

(Jn. 21,25). Tantas obras hizo Nuestro Señor

Jesús Cristo que si todas y cada una y de modo particular se especificasen, no

podríamos contar ni cien, ni mil, ni siquiera diez mil, pues boca humana no podría decir

cuántos son los misterios [en el manuscrito:
tantes obres féu nostre Senyor Jsu Xrist,

que si totes singularment, et per particulars se specifficaven, nous dich en compte de

cent, ni de mil, encara en compte de mil mília, ni encara bocha humanal no les poria

dir quant es als secrets

]. Pues bien, éstos están resumidos y condensados como los

átomos están en el sol y que por tanto no se pueden conocer, ni ser descubiertos. Pero el

clérigo se mueve hacia quién es el misterio. Por eso ahora os digo cuáles son los

principales misterios. Otras veces he predicado de esta materia, pero nunca he dicho

todos los misterios. Unas veces he predicado dividiendo la vida de Cristo representada

en la misa por diez obras, otras veces por quince obras, otras por veinte. Ahora he

dividido la vida de Cristo en treinta obras. Por lo tanto escuchad devotamente.

1.- Y la primera obra que hizo Jesús Cristo, Hijo de Dios y nuestro Salvador, en

este mundo fue la encarnación, cuando descendió del Cielo se introdujo en el vientre

virginal de María Virgen, revistiéndose de humanidad. Por tanto os digo, que se revistió

de humanidad, porque la divinidad está secretamente escondida bajo la humanidad.

Porque debéis saber, que la encarnación se realiza por toda la Trinidad, porque las obras

de la Trinidad son indivisibles, pero sin embargo solamente el Hijo es revestido de

humanidad. Todo esto se demuestra por la comparación de los tres, que se visten con

una única túnica uno ellos mismos. Es cierto, pues todos lo visten, pero solamente uno

permanece vestido y no los otros. Así, el Padre, el Hijo, y el Espíritu Santo revistieron

de humanidad al Hijo, pero solamente el Hijo permaneció vestido de humanidad y

encarnado.

Y esto os digo que se representa en la Misa solemne y no en la otra. Pues

cuando el presbítero entra a la sacristía, allí los tres lo revisten, a saber: el diácono, el

subdiácono y el mismo presbítero que se reviste, ayudándole los otros, pero él solo

queda vestido. Así, nuestro Salvador Jesús Cristo, gran y sumo sacerdote, fue revestido

en aquella gloriosa sacristía [en el manuscrito al margen: reliquias, joyas, y otros

ornamentos se conservan así mismo en aquella gloriosa sacristía], es decir, la

Bienaventurada Virgen llena de virtudes, de gracia y de perfecciones, lo conserva todo

como un tesoro para nuestra salud, a saber: al Salvador del mundo Jesús, Dios y hombre

y los ornamentos, con los cuales debe decir la Misa de pontifical como sumo sacerdote

Jesús Cristo en el día del Viernes Santo en el altar de la cruz. Estos ornamentos son la

humanidad.

Y si queréis contemplar más alto: así como el presbítero es revestido en la

sacristía y nadie del pueblo le ha visto vestirse, así mismo cuando Jesús Cristo, Sumo

Sacerdote, se reviste de humanidad en la sacristía, que es la Bienaventurada Virgen,

para decir la Misa en el altar de la cruz, nadie del pueblo judío lo supo, ni lo vio cuando

fue encarnado, porque esto sucedió muy en secreto.

Y si todavía queréis contemplar más profundamente: así como el presbítero se

reviste en la sacristía con siete vestidos, a saber, el sobrepelliz, si es simple presbítero, o

si es obispo el roquete, o si es religioso el escapulario, que va en lugar del sobrepelliz;

porque el presbítero no debe revestirse sobre su propia ropa. El segundo vestido es el

amito [en el manuscrito:
lo amit]. El tercero es el alba [en el manuscrito: la camisa]. El

cuarto es el cíngulo. El quinto es la estola. El sexto es el manipulo. El séptimo es la

casulla[en el manuscrito:
la casulla]. Así el sumo sacerdote Jesús fue revestido en el

vientre de la Virgen María, que se dice sacristía, por siete vestidos que son los siete

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dones del Espíritu Santo. De estos vestidos habla Isaías 11, 1- 2, cuando dice:
Saldrá un

vástago del tronco de Jesé, y un retoño de sus raíces brotará. Reposará sobre él el

espíritu de Yahvé: espíritu de sabiduría e inteligencia, espíritu de consejo y fortaleza,

espíritu ciencia y temor de Yahvé, y le inspirará en el temor de Yahvé

. He aquí como los

siete dones del Espíritu Santo de que fue revestido se representan por estos siete

vestidos con los que el presbítero se reviste en la sacristía. Y en estas otras palabras de

Isaías (Is. 4,1) hablando de estos vestidos, o dones del Espíritu Santo, les llama mujeres

cuando dice:
Asirán siete mujeres a un hombre en aquel día, es decir la encarnación.

Siete mujeres, es lo mismo que decir los siete dones del Espíritu Santo, reciben un solo

varón, es decir Jesús Cristo. Y esto lo representan, las siete indumentarias del

presbítero. Y por eso el presbítero ante todo debe ponerse el sobrepelliz que es el

primero de estos siete vestidos. Hasta aquí la primera obra de Jesús Cristo que se

representa en la Misa solemne. Por lo tanto muy, bien se dice:
Haced esto en recuerdo

mío

(Lc. 22, 19 y 1 Cor. 11, 23).

2.- La segunda obra, que hizo nuestro Señor Jesús Cristo, fue la Navidad, porque

Él no quiso nacer en un palacio como el Pretorio lleno de magnificencias. Y la noche

fue clara como el día. Y quiso nacer entre José y la Virgen, y yacer recostado entre el

buey y el asno. Las multitudes de los ángeles cantaban:
Gloria a Dios en las alturas

(Lc. 2,14). Los pastores vinieron a adorarlo. He aquí pues que primero estaba en aquella

gloriosa sacristía, a saber la Bienaventurada Virgen, pero posteriormente se ha

manifestado públicamente y se ha revelado.

Y esto lo representa el presbítero cuando sale de la sacristía, pues el presbítero

representa a Cristo; el diácono y el subdiácono están representan a la Virgen y José

quienes estaban a cada lado de Cristo; los dos acólitos representan el buey y el asno; y

la luz que llevan los acólitos en los candelabros representan aquella claridad que brilló

en el nacimiento de Jesús Cristo, sumo sacerdote; el coro de clérigos cantando “Gloria

al Padre y al Hijo”, etc. cuando sale el presbítero de la sacristía representa el coro de los

Ángeles cantando:
Gloria a Dios en las alturas (Lc. 2,14) durante el nacimiento de

Jesús Cristo. En algunas iglesias existe la costumbre laudable que cuando se dice

“Gloria al Padre” suenan las campanillas, así se representa la alegría de los pastores que

hacían sonar sus zambombas.

Así mismo, el presbítero sale con la cara y manos lavadas, bien peinado, por eso

en algunas sacristías existe un peine, y sale con la capa dorada y todo él puro sin culpa

[en el manuscrito:
sine taca] ni mancha. Esto es así para demostrar que Jesús Cristo

sale, o nace, sin ninguna culpa, ni mancha, ni corrupción de la Virgen y nace con gran

alegría. Por eso el rey David canta en el Salmo (Sal. 18, 6):
Los cielos cuentan… en el

sol plantó su tienda; y él mismo como esposo que sale de su alcoba.

Porque sale

hermoso y afeitado [en el manuscrito:
affaytás], así como el esposo sale de la

habitación con añillos en las manos. Y todo esto en la Misa solemne.

3.- La tercera obra que realizó maravillosamente el Hijo de Dios fue que el

octavo día quiso circuncidarse. Y a los que os preguntáis con cierta diligencia por qué

se produce la circuncisión (cf. Lc. 2, 21), mirad la excelencia de esta obra, cuánto Cristo

se humilló. Pues así como al ladrón se le aplica el fuego, o se le cortan las orejas en

señal del robo para que se le conozca, así Dios en señal de aquel robo, el que hizo Adán,

ordenó circuncidar a los hombres en la parte vergonzosa y también a nuestro Jesús

Cristo, aunque Él no estaba obligado a la circuncisión, pues no vino por aquella

generación corrompida de Adán, sino que era puro y sin mancha, pero quiso

circuncidarse.

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Y esto el presbítero lo representa cuando ante el altar dice: “Yo pecador”, etc
.

Pues aunque el presbítero ya se hubiere confesado sacramentalmente, sube al altar con

otras faltas, y por eso se proclama pecador, aunque sea santo, como santo es Juan

Bautista. Y así muestra y significa que Jesús Cristo, quien tiene la plenitud y el inicio de

la santidad, se mostró también pecador y sujeto a la ley de la circuncisión. Así cuando

se ha confesado se quita el velo, o el paño [en el manuscrito:
tovallola], que el

presbítero tiene delante de sí mismo, se representa cuando después de la circuncisión de

Jesús Cristo la piel [en el manuscrito:
pellers] del prepucio fue quitada y puesta a parte.

Y mirad como dice la autoridad de Romanos (Rom. 8, 3):
Habiendo enviado a su

propio Hijo en una carne semejante a la del pecado, y en orden al pecado, condenó el

pecado en la carne

, etc. No dice que tuviera el pecado de la carne, sino que envió a su

hijo en una carne semejante a la del pecado y quiso pasar por la circuncisión, como si

fuese carne del pecado, etc.

4.- La cuarta obra que hizo Jesús fue cuando desde el fin del mundo en la parte

de Oriente, condujo a los Reyes Magos por el signo de una estrella y así en el pesebre

entre las bestias pobremente acostado lo adoraron:
Abrieron luego sus cofres y le

ofrecieron dones de oro, incienso y mirra

(Mt. 2, 11).

Y esto lo representa el presbítero cuando después de hecha la confesión, inclina

la cabeza hasta las rodillas, y así con la cabeza inclinada hace adoración y dice esta

oración: “Saca de nosotros, Señor, cuantas iniquidades haya para que merezcamos

entrar con las mentes purificadas al Santo de los santos...”.

Así como los Reyes Magos ofrecieron tres dones -oro, incienso y mirra- así el

presbítero cuando está inclinado ofrece el incienso de la oración devota, diciendo: “Saca

de nosotros”, etc. y ofrece oro cuando se abraza al altar con una gran y reverente

adoración, ofrece mirra amarga cuando hace la señal de la cruz santiguándose

recordando la dolorosa y cruel Pasión de nuestro Señor Jesús Cristo, como diciendo con

el profeta Jeremías en las Lamentaciones, según el tercer lamento (Lm. 3, 20 – 21):
Lo

recuerdo, lo recuerdo y se hunde mi alma en mí. Esto revelaré en mi corazón, por ello

esperaré

. Y esta memoria dolorosa está representada en la amargura de la mirra.

5.- La quinta obra, que hizo nuestro Salvador Jesús Cristo en este mundo fue

cuando quiso presentarse en el Templo y la Bienaventurada Virgen y Madre suya lo

llevó al mismo Templo y lo ofreció al sacerdote, estando allí alabando a Dios Simeón y

aquella santa profetisa Ana.

Esto lo representa el presbítero cuando viene a la esquina del altar y toma el

libro y dice el Introito de la Misa; el diácono y el subdiácono que permanecen a sus

lados, representan a Simeón y Ana. Los acólitos y todos los demás que oyen el oficio,

que no deben subir al altar, representan cuando la Virgen María y José y otros amigos

estaban de lejos escuchando humildemente [de otros manuscritos: La Virgen María era

digna de acercarse al altar], donde estaba la santísima criatura, pero no quiso hacerlo

para darnos ejemplo de cómo no debemos acercarnos al altar [de otros manuscritos:

cuando no hay necesidad; de lo contrario, siempre tendremos responsabilidad]. Y

cuando san Simeón recibió el hijo precioso y glorioso de la Virgen en sus brazos,

entonó aquel canto (Lc. 2,29 – 32):
Ahora Señor, puedes según tu palabra, dejar que tu

siervo

, que tiene cuatro estrofas que se cantan [en el manuscrito: capella] y por eso el

presbítero representado esto hace cuatro obras. Primera: el Introito de la Misa; segunda:

los kiries [en el manuscrito:
los kirios]; tercera: el Gloria in excelsis y la cuarta: la

oración.

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6.- La sexta obra, que realizó el Salvador y Señor nuestro Jesús Cristo en este

mundo, fue cuando huyó de la tierra de Promisión hacia la tierra de Egipto, escapando

al loco furor de Herodes y estuvo él mismo con su sagrada Madre y José siete años

exilado y escondido.

Y esto se representa en la Misa cuando el subdiácono con un acólito se acerca a

pronunciar la Epístola y el presbítero y el diácono permanecen sentados separados del

altar y estando sentado en la sede hace siete obras que representan aquellos siete años

que Jesús Cristo con María y José estuvo exilado. Primera: se lee la Epístola; segunda:

se dice, o lee, el Responsorio; tercera: se lee el Aleluya; cuarta: se lee el verso y la

prosa de la Misa solemne; quinta: se prepara un servicio para sí mismo, el agua y el

vino; sexta: bendice el incienso; séptima: da la bendición al diácono. Estas siete cosas

las hace permaneciendo en el mismo sitio para demostrar que el Salvador permaneció

siete años en Egipto.

7.- La séptima obra que hizo nuestro Salvador Jesús Cristo en este mundo fue

que después de que retornó de Egipto hacia la tierra de Promisión, habiendo muerto el

rey Herodes, su Madre y José le condujeron al Templo de Jerusalén para sacrificar y allí

se perdió y después de tres días fue hallado entre los doctores de la ley; y era

preguntado de cualquier cuestión y como dice san Jerónimo en el prólogo de la Biblia:

“Enseña mucho más que prudentemente pregunta”.

Y esto se representa por el presbítero cuando de la sede va al altar y con gran

diligencia piensa lo que oye del Evangelio; y enseña mucho más, cuando medita

escucha, con lo que puede decirse que así Jesús Cristo en el Templo escuchaba a los

judíos y los interrogaba. Y así mismo san Lucas en su Evangelio (Lc. 2, 46) dice:

escuchándoles atentamente y preguntándoles

. De la misma manera la contemplación

que hace el presbítero oyendo el Evangelio no es sino una interrogación. Y así muestra

que Jesús Cristo interrogando prudentemente, instruía a los doctores en la fe. Por eso

inmediatamente el presbítero después de [en otros manuscritos: que el diácono termine]

el Evangelio, canta el “Creo en Dios”, donde se contienen los principios de la fe.

8.- La obra octava, que nuestro Salvador Jesús Cristo hizo en este mundo, fue

después que la Bienaventurada María, su madre, lo encontró en el Templo, que fue

bendecida con tanto gozo que experimentó que no pudo sus lágrimas contener y

bendecir al Señor. A continuación mirad qué hizo el glorioso Señor y cuánta fue su

abundantísima y gran humildad, que inmediatamente que vio a su madre bendita, se

acercó a ella y a José y confortaba su sacratísima Madre, secándole las lágrimas [en el

manuscrito:
‘ torquant – li les làgrimes ] y regresó con ellos mismos a Nazaret, y no

obstante ser él mismo el Rey de Reyes y Señor de todo el mundo, sin embargo quería

ser súbdito de su Madre y José. Lo dice Lucas (Lc. 2, 51):
Y vivía sujeto a ellos.

Estas consolaciones que hacía Jesús a su Madre las representa el presbítero

cuando, dicho el Credo, se vuelve al pueblo diciendo: “El Señor esté con vosotros”. Y

después de esto, está todo lo que hace el presbítero en el altar preparando los corporales

y la hostia y el cáliz, que pertenecen al sacrificio y representa aquel ministerio y

servicio que hizo nuestro Señor Jesús Cristo a su sacratísima Madre. Por eso él mismo

decía en Mateo (Mt. 20, 28):
El Hijo del hombre no ha venido a ser servido, sino a

servir.


9.- La novena obra, que realizó el Señor y nuestro Salvador Jesús Cristo, fue que

después que atendió y sirvió a su madre, y según aquello que se lee en San Mateo (cf.

Mt. 13, 55) y Marcos (cf. Mc. 6,3) que nuestro Salvador por su humildad ayudaba a su

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padre putativo José en el oficio de carpintero [en el manuscrito: fuster ], puesto que él en

su ancianidad no podía manejar la sierra y por lo tanto le ayudaba a manejarla. Por esto

dice el Maestro Nicolás de Lira referente a este pasaje que Jesús utilizó este oficio. Y

por esta razón decían los judíos y está en Mateo (cf. Mt. 13,55) y Marcos (cf. Mc. 6,3):

¿No es este el hijo del carpintero?

Porque nuestro Señor Jesús Cristo ayudaba a José

para que pudieran vivir, por eso creían los judíos que era su hijo. ¡Qué estúpidos!

Después de esto el bendito Señor llegó a edad de treinta años y se fue a bautizar,

aunque no era necesario para él. Pero lo hizo para santificar las aguas para nuestra

salvación.

Esto se representa en la Misa cuando el presbítero lava sus manos. Ahora os

pregunto: ¿porque el presbítero se lava las manos? ¿Acaso no lavó su conciencia por la

confesión sacramental y también las manos antes de la Misa? Ciertamente que sí, pues

sin esas cosas diría la Misa para la condenación de su alma. Por tanto buena gente, el

presbítero lava sus manos no porque necesite la limpieza, sino para representar al

Salvador y a nuestro Señor Jesús Cristo, que tiene la plenitud de toda santidad y que no

necesitaba el bautismo, pero por humildad y por nuestra utilidad él mismo quiso

bautizarse y darnos la virtud del agua para lavarnos. Y por eso el presbítero, no

obstante que está confesado sacramentalmente, aunque sea santo y sin ninguna mancha

de pecado, debe lavarse las manos. Por eso dice el presbítero:
Lavaré mis manos entre

los inocentes, y me pondré alrededor de tu altar, Señor

, dice el Salmo (Sal. 25,6)

súplica de un justo perseguido. Porque quiero decir: consistía en que yo sea puro y

limpio de toda mancha de pecado, por lo cual sea contado entre los inocentes; y en que

Señor, para representar aquel baño de nuestro bautismo, vos que sois plenitud de

santidad, sin embargo quisisteis ser lavado y por eso yo me lavaré ahora [en el

manuscrito:
Quaix que vulla dir: jatseia que yo sia pur, et net de màcula de peccat, per

lo qual sia computat entre los innocents, emperò, Senyor, per representar aquell

llavament del nostre baptisme, que jatseia que vós fósseu plenitudo de santedat, emperò

volgués ésser llavat, perço yo·m llavaré ara

].

10.- La décima obra que hizo nuestro Salvador Jesús Cristo en este mundo fue -

según se lee en San Marcos (cf. Mc. 1,12) y San Mateo (cf. Mt. 4,1-11)- que después de

ser bautizado fue conducido al desierto, donde ayunó cuarenta días y cuarenta noches,

durante los cuales no tomó ningún alimento corporal, sino que estuvo siempre en

oración no para sí mismo que no la necesitaba, sino por nosotros los pecadores.

Y esto se representa en la Misa, cuando el presbítero se coloca delante del altar y

situándose en medio, con las manos juntas se humilla tanto cuanto puede inclinar la

cabeza, diciendo: “Con espíritu de humildad y con animo contrito”, para demostrar las

humillaciones y postraciones que hacía nuestro Salvador en el desierto cuando oraba. Y

después el presbítero se vuelve hacia el pueblo diciendo: “Orad, hermanos para que este

sacrificio, mío y vuestro sea agradable”, para mostrar que Jesús Cristo oraba por

nosotros. Y así como las oraciones que Jesús Cristo hacía en el desierto eran muy

secretas y no las escuchaba ningún otro hombre, así esta oración Secreta que dice el

presbítero, la debe decir también en secreto y no puede ser escuchada por otros.

11.- La undécima obra que nuestro Salvador y Señor Jesús Cristo hizo en este

mundo fue que después de ayunar en el desierto comenzó a predicar y a proclamar en

voz alta:
Convertíos porque el Reino de los Cielos ha llegado (Mt. 4, 17). Antes del

ayuno no se manifestó, sino que escondido y oculto quiso hacer penitencia en el

desierto. Saliendo del desierto, instruía a las gentes diciendo: “Haced penitencia” y qué

vida debían hacer y les instruía cómo podían evitar los pecados. Y esto lo hacía

16

recorriendo villas, ciudades y castillos. Y así como con las mismas palabras enseñaba su

santa doctrina, así también con sus obras la demostraba. Por eso dice el libro de los

Hechos de los Apóstoles (Hch. 1, 1):
Lo que Jesús hizo y enseñó desde un principio.

Buena gente [en el manuscrito:
bona gent], sería grande la benignidad del rey de

Aragón, si él mismo fuera por todo el Reino y en las plazas él mismo publicara y

encomiara su ley o sus ordenaciones. Pues así hizo Jesús, Rey de Reyes y Señor de los

señores, iba encomiando su ley y no le detenía el que no hubiera púlpito, ni catafalco,

sino que subía sobre cualquier podio o escalera de las plazas y allí exponía su ley; pero

al principio no tenía tanta reputación entre los judíos y los fariseos para que se

detuvieran a escuchar sus predicaciones, pero después, como iba en aumento, querían

quitarlo de en medio.

Esto lo representa el presbítero cuando dice en voz alta el Prefacio: “Arriba los

corazones”. Para mostrar que así como Jesús Cristo hablaba con la boca y con el

ejemplo enseñaba, así mismo el presbítero tiene, o debe tener, diciendo el Prefacio las

manos alzadas y no bajas, para mostrar que él, que predica la palabra de Dios debe

demostrar con el ejemplo y las obras aquellas palabras que predica y que habla. Por eso

decía san Pablo atribuyendo a Jesús Cristo todo esto:
Pues no me atreveré a hablar de

cosa alguna que Cristo no haya realizado por medio de mí para conseguir la

obediencia de los gentiles de palabra y de obra, en virtud de señales y prodigios, en

virtud del Espíritu de Dios

(Rom. 15, 17). Así todo aquel que predica, etc.

12.- La duodécima obra que realizó nuestro Salvador y Señor Jesús Cristo fue

que no solamente mostraba con sus obras lo que predicaba, sino también confirmaba su

doctrina con los milagros, que nadie, a no ser Dios, podía hacer. Y esto lo realizaba

principalmente como Señor. A los ciegos les daba la luz; a los paralíticos que no tenían

carnes se llenaban de carnes y salían como jóvenes tiernos; a los sordos les devolvía el

oído; los mudos hablaban y los muertos resucitaban (cf. Mt. 11,5).

Todo esto representa el presbítero cuando en la Misa dice: “Santo, Santo, Santo

es el Señor Dios del universo”, etc. Tres veces dice santo para mostrar que los milagros

que Jesús Cristo hacía no los realizaba por virtud humana sino en virtud de las tres

divinas personas Padre, Hijo y Espíritu Santo, un Dios. Y después se dice el “Hosanna”

-que es como decir “sálvanos”- para mostrar que Jesús Cristo hacía los milagros, y esto

para nuestra salvación.

13.- La decimotercera obra que realizó nuestro Salvador Jesús Cristo en este

mundo fue que -después que predicó bien alto y se mostró claramente y completó su

obra de predicación de manera excelente durante casi cuatro años completos,

confirmándola con sus obras, con milagros- he aquí que viendo que se la acercaba el

tiempo de su pasión, se reunió con sus discípulos para la cena y allí, en secreto, les hizo

un gran sermón que ningún evangelista trae sino San Juan y abarca este sermón desde el

capítulo 13 no completo al capítulo 17.

Esto se representa en la Misa cuando el presbítero dice el Canon secreto y lo

dice tan en secreto que nadie lo oye, a no ser los que están con él, esto es el diácono y el

subdiácono. Porque aquel sermón que hizo Jesús en el altar de la Cena, también fue

secreto, pues nadie lo oyó, a no ser aquellos que estaban sentados a la mesa junto con él,

es decir, los Apóstoles.

14.- La decimocuarta obra que hizo nuestro Salvador y Señor Jesús Cristo es que

después de la predicación de aquel gran sermón a los Apóstoles, salió hacia el huerto

para hacer oración y oró tres veces a Dios Padre diciendo:
Padre mío, si es posible que

17

pase de mí esta copa… El espíritu está pronto, pero la carne es débil

(Mt. 26, 39.41). Y

él mismo en cuanto Dios no temía a la muerte, pero sí en cuanto hombre. Y por lo tanto

siendo consciente de las pasiones que él iba a padecer, decía:
Padre mío, si es posible

que pase

, etc. Esta amargura de la pasión se basa en la sensualidad que está enferma,

pero el espíritu está pronto. En la tercera vez que oró, y le sobrevino un temblor y el

sudor de sangre, es cuando vino el ángel a confortarlo (cf. Lc. 22, 43-44). No como si él

mismo necesitara el ánimo, sino como el escudero que conforta a su señor, diciendo por

si acaso: “Señor esforzaros, porque ahora alcanzaréis la victoria sobre vuestros

enemigos” (en el manuscrito:
Senyor sforçau-vos, que ara haurem victória de vostres

enemichs

); así el ángel le decía a nuestro Salvador: “Señor mirad a las almas santas,

que os esperan en el Limbo del infierno y ya ansían la gloria, y así confortaréis vuestra

humanidad”. Y el clementísimo Señor oró por él mismo y por nosotros. Por él mismo

rogando al Padre Dios por su resurrección; no es que estuviera dudoso de su

resurrección, o impotente para resucitar, sino que así convenía que lo hiciera. Y esto lo

hacía como hombre. También oró por nosotros, para que constante y voluntario

recibiera la muerte por nosotros, para que nosotros estemos ardientes y firmes para

sostener la muerte por él mismo y resucitemos gloriosos.

Se representa en la Misa cuando el presbítero traza tres cruces sobre el cáliz,

diciendo: “Bendecida, aceptada y ratificada”, significando aquellas tres oraciones que

hizo el Salvador en el huerto. Después hace dos cruces sobre la hostia demostrando así

que [Jesús] rogaba por dos, a saber, por sí mismo [en cuanto hombre] y por nosotros.

15.- La décima quinta obra que nuestro Salvador y Señor Jesús Cristo hizo en

este mundo fue que después de la oración del huerto, vino una gran multitud de gentes

con espadas y palos, y el Señor benigno quiso ser preso y atado. Lo condujeron atado

con gran vituperio y grandes injurias ante Pilato. Y finalmente le fue dictada la

sentencia para que fuera crucificado, a la cual el benigno Señor no quiso apelar, sino

que antes bien cogiendo la misma cruz en la cual iba a ser crucificado, la cargó sobre

sus hombros y la llevó hasta el lugar donde iba de ser colgado.

Y esto se representa en la Misa cuando el presbítero tiene la hostia en las manos

para consagrarla y hace la señal de la cruz sobre la hostia. Y esta cruz hecha sobre la

hostia significa la sentencia de muerte dada por Pilatos sobre Jesús Cristo.

16.- La décima sexta obra que Jesús Cristo hizo en este mundo fue que después

de dictada la sentencia de muerte, fue conducido al monte Calvario y allí fue colgado en

medio de dos ladrones. Y fue elevado a lo alto hasta suspender todo su cuerpo fijado por

los clavos de sus dos manos.

Y esto se representa en la Misa cuando el presbítero levanta la hostia entre la

mano derecha y la izquierda, que son los dos ladrones, que estaban uno a la derecha y

otro a la izquierda. Y la hostia en medio significa a Jesús que estaba en medio de

ambos. Y la blancura de la hostia significa que Jesús en la cruz palideció y perdió el

color y la sangre. Después el presbítero eleva el cáliz que representa cuando Jesús

Cristo en la cruz ofreció su sangre, diciendo: “Padre mío, bendice y acepta mi sangre,

que te ofrezco para la remisión de los pecados de todo el género humano”. Y por eso el

presbítero eleva el cáliz como diciendo: “Padre, te ofrecemos el precio de nuestra

redención” .

17.- La decimoséptima obra que realizó Jesús Cristo en este mundo fue que

durante el tiempo que estuvo en la cruz colgado no cesó de orar, diciendo en voz alta:

“¡Elí, Elí! ¿lemá sabactaní?”,

hebreo que en latín quiere decir : ¡Dios mío, Dios mío!

18

¿porqué me has abandonado?

(Mt. 27, 6). Dice San Jerónimo que ahí comenzó a

recitar el salmo:
“¡Dios mío, Dios mío!” (Sal. 21) y continuó su oración diciendo los

siguientes salmos hasta aquel lugar:
En tus manos encomiendo mi espíritu (Sal. 30,6; Lc

23, 46). Suman 150 versículos, tantos versículos recitó Cristo desde la cruz cuantos es el

número de los salmos del Salterio. Y mientras estuvo en la cruz, los malditos judíos no

cesaron de hacerle injurias y vituperios, diciéndole: “¡Malvado tú, que has engañado al

mundo! [en el manuscrito:
O, tu malvat, que has enganat lo món!] ¡Embaucador!, que a

otros salvó y no puede ahora salvarse a sí mismo”. Otro decía: “¡Falso profeta!, que

dijiste que destruirías el Templo de Dios y en tres días lo reedificarías”. Otro decía: “Si

es el Hijo de Dios, que descienda inmediatamente de la cruz” (cf. Mt. 27, 40-42). Y

otras injurias le decían. Y el benigno Señor nada decía, sino que tenía paciencia y

continuaba orando.

Y esto lo representa el presbítero cuando extiende los brazos y después dice:

“Por tanto, Señor, nosotros tus siervos, recordando”
. Así mismo el presbítero, no cesa

de decir estas palabras para mostrarnos que Jesús en la cruz continuaba la oración y no

cesaba.

18.- La decimoctava obra que nuestro Salvador hizo en este mundo fue que, no

obstante estar todo herido y tener aquellas cuatro llagas de las manos y de los pies,

todavía quiso soportar por amor nuestro que le abrieran otra en el costado, y salió

sangre y agua. Esto fue un gran milagro porque su sangre fue derramada en el sudor y la

flagelación, y en la colocación de la corona de espinas, y también en la perforación de

las manos y los pies, y después de morir cuando le abrieron el costado salió sangre y

agua (cf. Jn. 19, 34).

Todo esto se representa en la Misa cuando el Presbítero con la hostia hace cinco

cruces, diciendo: “Por él, en él, y con él”, para significar de este modo las cinco llagas

de nuestro Señor Jesús Cristo, etc.

19.- La décimo novena obra que nuestro Salvador y Señor Jesús Cristo hizo en

este mundo fue que estando crucificado en la cruz dijo siete palabras en voz alta. La

primera palabra fue cuando rogó por todos los que le crucificaban, diciendo:
Padre,

perdónales, porque no saben la que hacen

(Lc. 23, 34). Pues creían que estaban

colgando del madero a un embaucador u hombre pecador, y crucificaban al mismo Hijo

de Dios Redentor. La segunda palabra cuando diho al ladrón:
Hoy, estarás conmigo en

el Paraíso

(Lc. 23, 43). La tercera palabra es, o fue, cuando mirando a su Madre, quien

se estaba muriendo de un admirable dolor -¡qué maravilla era aquella que no se rompía

el corazón! (en el manuscrito: que maravella era com no trencava per lo cor)- diciendo:

“¡Oh Señor e hijo mío carísimo! ¿al ladrón le hablas y a mí no quieres? ¿no quieres

hablar? Que le plazca a vuestra clemencia decir alguna palabra a vuestra madre tan

desolada”. Y entonces el Señor dijo:
Mujer, ahí tienes a tu hijo (Jn. 19, 26). Y después

de esto, vuelto a san Juan dijo:
Ahí tienes a tu madre (Jn. 19, 27). La cuarta palabra fue

cuando dijo:
¡Elí, Elí! ¿lemá sabactaní?, que es: ¡Dios mío, Dios mío! ¿porqué me has

abandonado?

(Mt. 27, 46). No que lo abandone en su divinidad, sino que lo era

abandonado por los parientes, amigos y Apóstoles. La quinta palabra fue cuando dijo:

Tengo sed

(Jn. 19, 28). La Virgen María cuando oyó que su hijo tenía sed, desearía que

en aquel instante sus entrañas se convirtieran en agua para que pudiera él beber. Y

entonces, dijo: “Hijo mío carísimo, y Señor, no tengo agua, pero si quieres las lágrimas,

recibe este velo que está lleno de lágrimas”. La sexta palabra fue cuando dijo:
Todo está

cumplido

(Jn. 19, 30), es decir, toda la redención humana. La séptima palabra fue

cuando dijo:
Padre, en tus manos, pongo mi espíritu (Lc. 23, 46). E inclinó la cabeza,

19

como si dijera: “Madre mía, consuélate con el discípulo y vigilad bien y os encomiendo

a Dios porque ya me muero y me voy al otro mundo”.

Se representa en la Misa cuando el presbítero dice el “Padre nuestro”, en el cual

hay siete peticiones significando las siete palabras que Jesús pronunció en la cruz. Así

mismo el presbítero pronuncia estas peticiones en voz alta, porque Jesús dijo aquellas

siete palabras en voz alta, etc.

20.- La vigésima obra que muestro Salvador hizo en este mundo fue que no

contento con la muerte y las llagas que soportaba en la cruz, quiso que su preciosa

humanidad se dividiera en tres partes. La primera parte porque su cuerpo permaneció en

la cruz. La segunda parte fue la sangre que fue derramada al pie de la cruz. La tercera

parte fue su alma, ésta descendió a los infiernos con los santos padres. Y de este modo

fue dividida la humanidad de Jesús Cristo.

Esto lo representa el presbítero cuando de la hostia hace tres partes y tiene las

tres partes juntas para mostrar que aunque la humanidad fue dividida, sin embargo la

divinidad permaneció en cada una de ellas. Y esto se demuestra claramente por el vidrio

o el cristal puesto al sol, porque aunque el vidrio o el cristal se divida, el sol no cesa de

iluminar en las partes divididas, y así mismo ilumina muy bien las partes del cristal

como si estuvieran juntas; pues todas las partes están llenas de la claridad del sol, tanto

en una como en otra. Así, la humanidad de Cristo, aunque divida, sin embargo cada una

de estas partes personal y sustancialmente estaba llena de divinidad, como cada una de

las partes del vidrio está llena de sol.

21.- La vigésima primera obra que nuestro Salvador y Señor Jesús Cristo realizó,

en este mundo fue que convirtió a muchas personas de condiciones diversas. Quiso que

apareciera ya el fruto de su redención. Y por eso convirtió primero al ladrón, que fue un

hombre de mala vida, rebelde, criminal. En segundo lugar convirtió al Centurión, que

era el capitán de la gente armada y que dijo:
Verdaderamente éste era el Hijo de Dios

(Mt. 27, 54). En tercer lugar convirtió al pueblo humilde, y esto lo cita san Lucas

diciendo:
Y todas las gentes que habían acudido a aquel espectáculo, al ver lo que

pasaba, se volvieron golpeándose el pecho

(Lc. 23, 48). Nótese que dice “todas las

gentes”, no las turbas maliciosas como los escribas o fariseos, sino las gentes sencillas e

ignorantes que viendo el milagro que ocurría, se golpeaban el pecho diciendo:

“¡Miserables! que crucificamos al salvador”.

Y porque nuestro Señor convirtió en su pasión a estas tres clases de personas,

por eso el presbítero dice tres veces “Cordero de Dios”. Primero lo decimos

particularmente por cualquier pecador, diciendo que le perdone como perdonó al ladrón,

igualmente a mí que soy pecador. Segundo, pedimos que como iluminó y abrió los ojos

del Centurión que regía la milicia, así mismo ilumine y perdone a cualquiera que

gobierna al pueblo, o tiene cuidado pastoral de las almas, para las almas alcancen la

salvación. Tercero decimos “Cordero de Dios” porque pedimos que así como convirtió

al pueblo humilde, así mismo convierta al pueblo cristiano común y le conserve en

buena salud y paz y le perdone todos sus pecados.

22.- La vigésima segunda obra que Jesús realizó en este mundo por amor nuestro

es que después de su sagrada muerte no quiso subir al Cielo directamente sino que por

su gran humildad quiso primero descender a los Infiernos muy secretamente para dar la

gloria a los santos padres, quienes al verlo recibieron la gloria. Y los santos padres

decían: “¡Glorioso Señor! son tantos los años que esperábamos”, pues hasta cinco mil

años le esperaban con grandes suspiros y gemidos.

20

Esto se representa en la Misa cuando el presbítero deja caer en el cáliz una parte

de la hostia y allí se empapa, para mostrar que en el descenso que realizó el alma de

Cristo al Limbo se embriagaron las almas de los santos de gloria y fueron tan

embriagados y calentados del amor de Dios que ignoraban lo que les había sucedido y

con dulce amor alababan y bendecían a Dios, diciendo:
Bendito el Señor Dios de Israel,

porque ha visitado y redimido con su pueblo

…. (Lc. 1, 68).

23.- La vigésima tercera obra que realizó fue que después de su bendita muerte

quiso que lo bajaran de la cruz de manos de José de Arrímate y de Nicodemo, quienes

con el permiso de Pilato le movieron de la cruz y lo pusieron en la mesa [del sepulcro].

Y la bienaventurada Virgen María con otras santas mujeres, parientes y amigos, estaba

alrededor del cuerpo. Y la Virgen María besando los ojos, decía: “¡Oh ojos gloriosos,

que escudriñaban los corazones de los hombres y los pensamientos de sus corazones!”.

Y besaba los oídos, diciendo: “¡Oh oídos que escuchaban los cantos que hacen en el

cielo los ángeles!”. Después besaba la nariz, diciendo: “¡Oh nariz que percibiste la

fragancia del olor de la gloria del paraíso!”. Después besaba su rostro, diciendo: “¡Oh

rostro que das la gloria a los ángeles!”. Después besaba la herida del costado, diciendo:

“¡Oh puerta gloriosa por la cual tenemos la entrada al Paraíso! ¡Fieles cristianos que

anheláis entrar al Paraíso, venid, aquí está la puerta abierta, pues mi hijo os la ha abierto

para vosotros!”. Después besaba las manos, diciendo: “¡Oh manos que crearon cielo y

tierra y todo lo que contienen!”. Después besaba sus pies, diciendo: “¡Oh pies benditos

midieron la gloria del Paraíso!”. Y Lázaro, santa María Magdalena, santa Marta, José de

Arrímate y todos los otros fieles se acercaban a aquel cuerpo sacratísimo y pensaban el

momento propicio para poderlo adorar y brindarle toda reverencia.

Esto lo representa el presbítero en la Misa cuando después que ha dado la paz,

por un breve momento sostiene la hostia en su mano antes de consumirla y entonces el

buen presbítero si es devoto e imaginando el dolor de la Virgen María, de la Magdalena

y de la otra María y de los buenos cristianos que hacían aquel circulo en torno al cuerpo

de Cristo, viendo las llagas y las heridas que Cristo por la redención del género humano

soportó, debe llorar abundantemente y tener gran dolor y contrición de corazón, etc.

24.- La vigésima cuarta obra que nuestro Salvador realizó en este mundo fue que

quiso ser ungido con bálsamo y mirra y envuelto en una sábana blanca y limpia, y ser

puesto y encerrado en un monumento de piedra nuevo y sin ninguna corrupción y

rotura.

Esto se representa en la Misa cuando el presbítero recibe el cuerpo de Cristo,

pues el cuerpo del presbítero es el monumento nuevo de Jesús Cristo. Y os hago notar

que digo nuevo, porque en el cuerpo del presbítero no debe existir ninguna mancha, o

inmundicia de pecado como en el monumento de Jesús Cristo
en el que nadie todavía

había sido depositado

(Jn. 19, 41), Pues debe ser nuevo por la pureza y la castidad. Y

así como el monumento era de piedra firme, así el presbítero debe ser fuerte y firme en

la vida buen ay de fe. Y así como el cuerpo de Cristo fue envuelto en una sábana blanca

y limpia, así el cuerpo del presbítero debe ser blanco y limpio por la castidad, porque

dentro reposa el cuerpo de Cristo. Y así como el cuerpo de Cristo fue todo

embalsamado, así el cuerpo del presbítero debe estar lleno de virtudes, de justicia y de

perseverancia en la penitencia. Y así como Cristo reposa envuelto en aquella tela

blanca, así reposa en la conciencia del presbítero, que es el sepulcro de Cristo.

Así mismo podemos creer de una manera racional, aunque no se encuentra en

los textos de la Biblia, que la bienaventurada Virgen y los otros fieles cristianos

creyendo que Cristo resucitaría el tercer día, recogieron la sangre que había sido

21

derramada a los pies de la cruz y fue puesta en algún vaso limpio y fue depositado en el

sepulcro con el cuerpo, pues la Virgen María sabía que la sangre junto con el cuerpo

resucitaría al tercer día. Y por eso el presbítero como sepulcro de Jesús Cristo que es

santo y precioso como el sepulcro de Jerusalén, pues aquel es de piedra y tu eres a

imagen y semejanza de Dios, y el cuerpo del presbítero ha sido consagrado todo,

chismado y ungido y más santo. También, en aquel sepulcro fue puesto el cuerpo de

Cristo muerto y en el cuerpo del presbítero se pone vivo. También, fue puesto una vez,

y el presbítero lo recibe muchísimas veces y algunos diariamente lo reciben. También,

el cuerpo de Cristo no se ensució en aquel sepulcro porque estaba envuelto en la sábana

y por eso aquel sepulcro se dice santo: mucho más santo se dice el cuerpo del

presbítero, donde el cuerpo de Cristo no se pone envuelto, sino que todas las carnes,

huesos y muslos le tocan. ¡Oh, presbítero! diligentemente medita en esto.

25.- La vigésima quinta obra que realizó Cristo en este mundo fue que resucitó

de la vida mortal a la vida inmortal. Y después fue hallado el monumento abierto.

Y esto se representa en la Misa cuando el presbítero va de en medio del altar a la

esquina del altar para mostrar que así Jesús Cristo se mudó de la vida mortal a la

inmortal. Y el presbítero muestra el cáliz vacío para mostrar que el monumento de

Cristo fue hallado abierto y vacío. Entonces el diácono pliega los corporales para

mostrar que en el sepulcro fueron encontradas las vendas y el sudario plegados, etc. (cf.

Jn. 20,5-7).

26.- La vigésima sexta obra que realizó Jesús Cristo en este mundo fue que

después de su gloriosa resurrección se apareció a santa María Magdalena y a los

Apóstoles, pero primero se apareció a la Virgen María. No sólo se apareció él solo,

como ocurrió con santa María Magdalena, sino con todos los santos Patriarcas y

Profetas y otros santos Padres. Y ahora meditad, buena gente [en el manuscrito:
bona

gent

], qué consolación debía tener la Virgen María cuando veía a su gloriosos hijo con

aquella multitud de santos.

Todo esto se representa en la Misa cuando el presbítero dice: “El Señor esté con

vosotros”. Y a continuación dice la oración postcomunión que reprersenta las palabras

de consolación que tuvieron nuestro Salvador Jesús Cristo y su gloriosa Madre, y cómo

los santos Padres alababan a nuestro Salvador y suyo. Y a continuación hacían

reverencias a su Madre diciendo: “Reina del cielo”, terminad de llorar y no tengáis ni

tristeza ni disgusto, etc.

27.- La vigésima séptima obra que realizó Jesús Cristo fue cuando en este

mundo se apareció a los Apóstoles y mostrándose en medio de ellos dijo:
Paz a vosotros

(Jn. 20, 19).

Y esto lo representa el presbítero cuando se coloca en medio del altar y

volviéndose hacia el pueblo dice: “El Señor está con vosotros”, que casi quiere decir es

como si dijera paz a vosotros.

28.- La vigésima octava obra que Jesús Cristo hizo en este mundo fue que

cuando debía subir al Cielo, llamando a los Apóstoles, les dijo:
Id por todo el mundo y

proclamad la Buena Nueva a toda creatura

; diciendo también: El que crea y sea

bautizado se salvará

(Mc.16,15-16 y Mt. 28, 19-20).

Esto se representa en la Misa cuando el presbítero dice: “Podéis ir en paz”,

dando permiso al pueblo para que regresen a las casas para cumplir sus deberes, porque

22

se ha completado el oficio y el sacrificio, como Cristo dio a los Apóstoles el permiso de

ir por el mundo habiendo sido cumplido el sacrifico.

29.- La vigésimo novena obra que hizo Jesús Cristo en este mundo fue cuando

cumplió la promesa hecha a Pedro y a los Apóstoles, poniendo al bienaventurado Pedro

en posesión real del Papado por estas palabras:
Apacienta mis ovejas (Jn. 21, 17).

Entonces fue instituído papa. Y a los otros clérigos les dijo:
Recibid el Espíritu Santo. A

quienes perdonéis los pecados,

… (Jn. 20,22 – 23).

Y esto se representa en la Misa cuando el presbítero al final de la Misa se

humilla inclinando la cabeza ante el altar tanto como puede, diciendo: “Séate

agradable, Trinidad Santa, etc.” Y entonces da gracias besando el altar inclinándose

para mostrar la infinita misericordia con que Él quiso humillarse y qué poder tan alto

tiene -es decir, para perdonar los pecados- que es sólo Dios y ha dado a los hombres:

“¿Quién puede perdonar los pecados, sino sólo Dios?”

(Mc 2, 7). Y por eso se inclina,

para mostrar que delante de Dios se inclinaría [Jesús Cristo] por ser hombre pues los

hombres no tenían este poder. Consecuentemente besa el altar reconociendo esta gracia

y luego se santigua con la señal de la santa cruz, para mostrar que por la virtud de la

santa cruz vino la absolución, etc.

30.- La trigésima obra que hizo Jesús Cristo en este mundo fue cuando se

apareció a su gloriosa Madre y a los Apóstoles y les bendijo también a los cristianos

hombres y mujeres. Y por eso dice el bienaventurado Lucas:
Alzando sus manos, los

bendijo… y fue llevado al cielo

(Lc. 24, 50). Entonces decía la Virgen María, llorando:

“¡Oh, hijo mío! ¿no voy contigo? ¿Me dejas aquí entre los judíos?”. De la misma

manera los Apóstoles lloraban, diciendo: “¡Señor! y ¿cuándo te volveremos a ver, y

cuando regresarás?”. Y entonces, he aquí que Cristo dio la bendición y subió al cielo, de

donde había salido.

Y esto se representa en la Misa, cuando el presbítero, dada la bendición, regresa

a la sacristía, de donde había salido.

He aquí cómo toda la vida de Cristo está representada en la Misa. Y por eso dice

el tema:
Haced lo que Él os diga (Jn. 2,5) Esto es, representar en la Misa toda la vida de

Cristo y no solo la Pasión. Por lo tanto, buena gente [en el manuscrito:
bona gent],

Haced esto en recuerdo mío

(Lc. 22, 19 y 1 Cor. 11, 23). Esto es, que vosotros clérigos

[devotamente celebraréis la vida de Cristo y vosotros laicos] devotamente oyendo y no

hablando en la Misa, ni acercándoos al altar, sino orando en silencio, para que de este

modo no estorbéis a aquellos que están cerca de vosotros. Por eso la Virgen María lo

decía:
Haced lo que Él os diga (Jn. 2,5), que es el tema.

Algunos no encuentran en la Biblia esto, pero a mí me parece que con todo esto

concuerdan otras autoridades:
Escuchad el juicio del padre, hijo amado, y obrad así

(Eclo. 3,1-2). Vosotros cristianos que sois “hijos amados, escuchad el juicio del padre”,

es decir la Misa y “para que seáis salvados”. Esta autoridad llama “juicio” a la Misa,

para que tengáis gran reverencia, tanto los presbíteros que inflamados de amor debéis ir

a la celebración de este sacramento, y las gente del pueblo que deben, con gran

reverencia, oír, no hablando, ni acercándose al altar.

Este es el sermón predicado.

Demos gracias a Dios.

http://biblioteca.campusdominicano.org/vitachristi.pdf